O mantra criado por António Costa para, durante oito anos, justificar a manutenção em funções de ministros e secretários de Estado até serem arguidos ou formalmente acusados de algum tipo de crime ou ilegalidade, caiu-lhe em cima com toda a força na manha de terça-feira da semana passada.
O mantra criado por António Costa para, durante oito anos, justificar a manutenção em funções de ministros e secretários de Estado até serem arguidos ou formalmente acusados de algum tipo de crime ou ilegalidade, caiu-lhe em cima com toda a força na manha de terça-feira da semana passada. Em poucas horas, o primeiro-ministro resolveu a crise, apresentando a demissão.
Dois dias depois da demissão, Costa utiliza S. Bento e a função, que mantém, ainda, na plenitude, para descartar mais um amigo e para se confessar traído pelo chefe de gabinete. Enquanto tenta justificar a comunicação ao país como forma de serenar os investidores e acalmar ointernacional, aproveita para condicionar a Justiça e o seu curso, fazendo a sua defesa pública ainda antes de ter sido notificado de qualquer processo.
Desta vez, a Justiça entrou pela política adentro e fez cair um primeiro-ministro com maioria absoluta. Teremos de esperar, infelizmente demasiado tempo, para sabermos se Costa vai mesmo ser acusado ou se, pelo contrário, os indícios e suspeitas não passam disso mesmo. Depois, se Costa sair ileso de tudo isto, será a vez de a política entrar na Justiça.