A Questão Palestina: Um Tabuleiro de Xadrez com Isolamento e Impotência

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A Questão Palestina: Um Tabuleiro de Xadrez com Isolamento e Impotência
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Este artigo analisa a origem da questão palestina, a sua evolução como arma de arremesso entre grandes potências e a fragilidade da liderança palestiniana. Explora as alianças tácticas anti-Israel no conflito xiita-sunita e o impacto do ataque do Hamas a Israel em 2023.

É conhecida a origem da questão palestiniana: aquando da partilha do império Otomano, a perfídia inglesa ofereceu o mesmo território a duas populações: os palestinianos, que já o habitavam, e os judeus, que, em muito maior número, para lá queriam emigrar.

A partir deste mau começo, a história encarregou-se de transformar a questão palestiniana numa arma de arremesso entre as duas superpotências, durante a Guerra Fria, e entre as potências regionais (Egipto, Turquia, Irão, Arábia Saudita), em permanente luta pelo estatuto de campeão da causa islâmica. Cada potentado patrocinou uma ou mais facções dentro da população palestiniana e usou-as para defender os seus interesses, muitas vezes fora das fronteiras históricas da Palestina. Foi assim que a Jordânia descobriu que os refugiados palestinianos que acolhia poderiam facilmente revoltar-se e tomar o poder, foi assim que o Líbano descobriu o poder atractivo dos refugiados palestinianos para as diversas invasões israelitas ou para a presença indesejada das forças armadas sírias.No eterno conflito entre xiitas e sunitas, surgiram alianças tácticas anti-Israel, com o Hamas a ser armado pelo Irão, via Hezbollah, mas a beneficiar de financiamento de algumas das petro-monarquias do Golfo. O Iémen teve direito a mais uma guerra civil, agora com claras linhas de clivagem entre xiitas e sunitas, com a equipa xiita local (os houthis) a apoiar a causa palestiniana. Mas o principal, e melhor sucedido, promotor da cizânia entre palestinianos, é Netanyahu, que alimentou politicamente o Hamas em detrimento da Autoridade Palestiniana, mantendo esta no limbo do proto-Estado palestiniano desenhado pelos acordos de Oslo. Os palestinianos podem queixar-se, com razão, do colonialismo britânico e da má vizinhança, desde logo a israelita, mas também a dos vizinhos contíguos (Jordânia e Egipto) que temem as consequências dos fluxos de refugiados palestinianos. Mas devem queixar-se da sua incapacidade de gerar lideranças fortes, legitimadas pelo voto (as últimas eleições legislativas acontecerem em 2006, com a vitória do Hamas…) e capazes de oferecerem à comunidade internacional um mínimo de credibilidade que justifique o investimento financeiro e político na Autoridade Palestiniana.O ataque do Hamas a Israel, em 7 de Outubro de 2023, tinha como objectivo político evitar o retomar das relações diplomáticas entre Israel e uma série de Estados árabes, com destaque para a Arábia Saudita, por via dos denominados Acordos de Abraão, umdo genro de Donald Trump. Os 15 meses de guerra garantiram que esse objectivo não era atingido. Mas a guerra debilitou, e muito, o Hamas, o Hezbollah e o Irão. A chegada do cessar fogo e do segundo mandato de Donald Trump permitirão retomar as relações diplomáticas entre Israel e os Estados árabes, unidos, mais uma vez, para fazer face ao Irão. Neste vasto tabuleiro de xadrez os palestinianos continuarão isolados e sem valor político que desperte o interesse dos restantes jogadores. Isolamento e impotência são também os apodos da União Europeia, desaparecida por completo neste processo. A nova-velha gerência da UE aparenta só se conseguir preocupar com um problema geo-político de cada vez, olhando em exclusivo para a fronteira leste, sem perceber as implicações globais do que possa acontecer no Médio Oriente. A história ensinou-nos a seguir com atenção o que se passa nas fronteiras do império. Devemos vigiar todas as fronteiras e não só nasquelas que mais preocupam os azulinos olhos alemães e bálticos

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