De saída do cargo de embaixador de Israel em Lisboa, Dor Shapira passa em revista múltiplas frentes e responde sobre o estado das relações luso-israelitas. Avalia (bem) António Costa em Bruxelas e (mal) António Guterres na ONU.
De saída do cargo de embaixador de Israel em Lisboa, Dor Shapira passa em revista múltiplas frentes e responde sobre o estado das relações luso-israelitas. Avalia António Costa em Bruxelas e António Guterres na ONU. Sobre a guerra na Faixa de Gaza, revela que 80% do trabalho de desmantelamento do Hamas está feito.
Sinto isso em todos os lugares a que vou em Portugal, nas pessoas com quem falo, nos deputados, nos membros do Governo. Sinto o apoio porque penso que há compreensão do lado português de que partilhamos os mesmos valores, de que somos ambos países democráticos que acreditam na liberdade de expressão, na liberdade de direitos para as minorias, para a comunidade LGBT, a todos. E é por isso que somos iguais.
No final de contas, as relações entre pessoas e países são mais fortes do que qualquer sistema político em qualquer país. As relações entre pessoas entre Israel e Portugal são muito, muito fortes e precisaremos de trabalhar para isso, para ser ainda mais forte porque está a aumentar. Não era assim há 20 anos nem há 10 anos. E tenho a certeza que daqui a 10 anos será ainda mais forte.
O imobiliário é outra coisa. A maior parte das empresas não são israelitas, podem ser de israelitas Israel que se mudaram para Portugal e aqui abriram empresas, mas isso não é uma empresa israelita. Por outro lado há a guerra. Reconhece aqui um desafio de comunicação relativamente ao povo português na sua forma de ver Israel?
É uma boa pergunta. Não vou entrar na questão da lei sefardita e em relação à forma como deve ser feita, porque não acho que, como país estrangeiro, tenha de dizer a um país qual a lei que deve ou não deve ter. Não quero Portugal a interferir nas nossas leis a quem damos a nacionalidade. E hoje, depois da guerra, os voos estão a voltar devagar. Agora temos cerca de dois voos diários e vamos voltar para os tais 18 e talvez até mais do que isso nos próximos meses. Isto mostra-nos antes de mais o potencial e também que as pessoas de Israel e de Portugal querem ir e visitar-se umas às outras. Eles estão interessados. Querem fazer negócios juntos. Querem visitar os lugares. E acho que o voo direto é a melhor forma de o provar.
Precisamos de fazer tudo o que pudermos para o libertar. Como sabe, existe agora uma sugestão de libertação dos reféns, e também de um cessar-fogo apresentado também pelo Presidente Biden. Nós concordamos com isso e há negociações sobre isso.
A segunda coisa é garantir que a União Europeia está ao lado de Israel como deve estar, porque estamos do mesmo lado e pela compreensão de que Israel está a travar uma guerra contra o terrorismo, que é a mesma guerra que qualquer país da UE em qualquer país ocidental, democrático do mundo livre trava. Esperamos que nos apoiem quando se trata disso.
Temos três objetivos para acabar com esta guerra. A primeira é garantir que o Hamas deixará de ter as suas capacidades e que não estará lá como governo do povo palestiniano. A segunda coisa é trazer de volta a segurança ao povo de Israel, para que possa voltar a viver nas suas casas. Temos quase 150.000 israelitas que tiveram que sair das suas casas no dia 7 de Outubro e, quase 10 meses depois, ainda não regressaram porque não é seguro.
Em assuntos como os reféns, é muito compreensível que as famílias se manifestem por isso e também por outras razões. E sim, há divergências na sociedade israelita sobre a forma como o governo deve lidar com este acordo sobre os reféns. Mas, no final de contas, como já disse anteriormente, somos um país democrático.
Quão perto estão do primeiro passo? Tem uma percentagem do quanto desmantelaram a organização do Hamas? Pode dizer-se que foram escolhidos democraticamente em 2005, quando assumiram o controlo da Faixa de Gaza. Mas desde então, como sabe, nunca mais houve eleições em Gaza durante quase 20 anos e mataram todas as pessoas da Autoridade Palestiniana para garantir que não teriam qualquer adversário.Agora não, não estou a falar sobre eleições agora.
Em vez de lhes prometer no futuro, apoiavam as famílias palestinianas terroristas, apoiavam o incitamento nos livros de estudo dos professores. Em vez de trabalhar com Israel num futuro melhor para os israelitas e palestinianos, Abu Mazen que tem sido o líder lá quase desde sempre, opôs-se sempre a vir à mesa das negociações, a sentar-se e discutir com os israelitas o futuro.
Quando o Hamas em Gaza for derrotado, isso afetará também aqueles que estão fora de Gaza. Esse é outro pedido ao tribunal internacional. Esta é uma organização terrorista e certifiquem-se de que os sancionam. Não os deixem viajar pelo mundo. Não os deixem comportarem-se assim. São criminosos e deveriam ser tratados como tal.
Estão envolvidos na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, ajudando a Rússia. E estão envolvidos na nossa região, financeiramente, militarmente e comandando também o Hezbollah no norte, o Hamas e a Jihad Islâmica, as tropas iranianas dentro da Síria e também os Houthis no Iémen, que se estão a tornar num enorme problema para todos nós, afetando as rotas dos navios que vão para ali.
Posso então reformular a minha pergunta de outubro: está Israel realmente preparado para se defender de todos estes tipos de frente? Mas isto não pode durar para sempre e estamos novamente a tentar, através dos canais diplomáticos, garantir que o Hezbollah regressa à resolução 1701 das Nações Unidas e se desloque para a margem norte do rio Litani. E se isso não acontecer e esses ataques continuarem, estaremos lá para nos defendermos. Não teremos outro 7 de Outubro vindo do Norte.
É a pressão que recebem de todas as organizações internacionais que os rodeiam. O mais ridículo é que o Irão hoje é o presidente do Conselho dos Direitos Humanos, o mesmo país que mata mulheres que não cobrem as suas cabeças.Não é que não confie. Estou muito desiludido com a forma como é conduzida e é necessário que algo muito importante aconteça para mudar a forma como este sistema está a funcionar.
Ainda sobre a ONU, o dia 7 de Outubro foi o pior ataque terrorista da história moderna, ainda mais do que o 11 de Setembro. Pelos números, proporcionalmente, foi como se acontecessem trinta 11 de Setembro em Israel. E, no entanto, a ONU não aprovou sequer uma resolução que condenasse o Hamas a 7 de Outubro.
A terceira coisa é o que significa reconhecer agora o Estado Palestiniano por si mesmo. Diz que há uma divisão entre a Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestiniana, e Gaza, governada pelo Hamas.Então, qual é o Estado palestiniano? Gaza faz parte do Estado palestiniano.
Portugal Últimas Notícias, Portugal Manchetes
Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.
Estoril oficializa saída de Vasco SeabraO pr&243;ximo treinador vai ser conhecido “nos pr&243;ximos dias”.
Consulte Mais informação »
Copa América. Uruguai em terceiro, Canadá em, quartoVit&243;ria nos pen&225;ltis, ap&243;s um empate a dois golos.
Consulte Mais informação »
FPF encerra época 2023/24 com novo recorde de quase 243 mil praticantes inscritosO futebol e o futsal feminino subiram 22% e 13%, respetivamente, e tiveram 18.160 atletas femininas a jogar, mais 19,6% do que na época passada e o triplo da fasquia observada há 10 anos.
Consulte Mais informação »
Paris. Chama olímpica visitou o Bataclan, os Campos Elísios, o Louvre e Notre DameA caminho dos Jogos Ol&237;mpicos Paris2024, que arrancam em 26 de julho, a ic&243;nica chama tem atravessado boa parte do territ&243;rio franc&234;s.
Consulte Mais informação »
Martínez queixa-se de penálti sobre Ronaldo, mas relativiza. 'Não precisávamos de ganhar'Selecionador admite que este era "o grande jogo da hist&243;ria da Ge&243;rgia" e que Portugal n&227;o conseguiu igualar a intensidade. Ainda assim, tira pontos positivos da derrota: "Perder este jogo prepara melhor a equipa do ponto de vista psicol&243;gico.
Consulte Mais informação »
Copa América 2024. Golo tardio coloca Argentina nos 'quartos'Pelo segundo jogo consecutivo, Lautaro Martinez marca ap&243;s sair do banco.
Consulte Mais informação »