Como os incêndios no Verão e as cheias no Inverno, também o sucesso eleitoral da extrema-direita tomou os portugueses de surpresa. Tomou? Uma reflexão sobre as fragilidades da verdade e da democracia.
Na ressaca de mais uma cavalgada exponencial do Chega em legislativas, não faltou quem prescrevesse receitas de combate. É natural, mas não é novo: desde que o partido entrou no panorama político português que não falta quem jure a pés juntos ora que “não se pode conversar com o Chega”, ora que “não se pode deixar o Chega a falar sozinho”.
Arrisco dizer, contudo, que a propaganda populista nesta era digital, se dispensa quem a questione em demasia, também precisa de quem a saiba pelo menos decifrar. Assim, nem iletrados, nem pessoas de letras. O melhor alvo é aquele que já ouviu falar dos conceitos, dos temas, mas que não os domina . Que lê as notícias, mas só até ao segundo subtítulo. Que acompanha a política, mas não conhece as políticas.
Os estudos demonstram que pessoas com maior inflexibilidade cognitiva aderem mais facilmente a teorias de conspiração e notícias falsas que validam a sua realidade; e rejeitam mais facilmente factos comprovados que contrariam as suas narrativas.
Não precisam, por isso, de carinho, como se fossem uma massa uniforme e infantil de pessoas carentes. Não podem, nem devem, ser extirpados da sua cidadania por terem participado na democracia de uma forma que nos indigna — e que potencialmente a fragiliza.
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