Um grupo de críticos do Bloco de Esquerda, incluindo o ex-deputado Pedro Soares, decidiu não candidatar-se à liderança do partido na próxima convenção. A decisão foi tomada após uma série de propostas dos críticos serem rejeitadas pela Mesa Nacional, como a criação de uma comissão de inquérito aos resultados eleitorais. Os críticos acusam a liderança do partido de 'negacionismo' e de práticas anti-democráticas.
no sábado passado não vão candidatar-se novamente à liderança do partido na próxima convenção.
"As condições democráticas internas entraram num processo de degradação acentuada que impede a pluralidade efectiva, o debate construtivo e a participação em pleno de correntes críticas e alternativas à linha prosseguida pela maioria da direcção", acusam.
Os críticos garantem que esta decisão "não é uma desistência", mas uma "afirmação clara e audível de que o Bloco tem de mudar, com urgência e por acção da sua base".
"Não há debate político interno, não há estímulo à participação da base, os órgãos intermédios sofrem de grande debilidade, os órgãos nacionais não funcionam, a comissão política foi esvaziada de poderes e o essencial da vida partidária está presa num secretariado nacional enquistado e de composição monolítica que decreta sem ter legitimidade para o fazer", descrevem.
Os ex-dirigentes Pedro Soares, Elisa Antunes, Gabriela Mota Vieira e Ricardo Salabert vão, assim, sair em definitivo da direcção do partido depois de, na convenção passada, terem conseguido ser eleitos com 78 votos face a 439 votos da moção de Mariana Mortágua.
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