O Índice de Custo do Trabalho (ICT) do INE revela um aumento significativo dos custos salariais em Portugal durante o último ano, impulsionado por aumentos salariais e outros encargos. As horas trabalhadas, por outro lado, diminuíram.
Os custos salariais das entidades patronais com os trabalhadores aumentaram 8,2% no último ano. O encargo médio por trabalhador aumentou 6,4%, enquanto o número de horas efectivamente trabalhadas por profissional diminuiu 1,6%, indica uma estimativa divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Para traçar a evolução dos custos suportados pelas empresas (e outros empregadores) com os trabalhadores, o INE publica regularmente um indicador chamado Índice de Custo do Trabalho (ICT), que mede o custo médio horário dos encargos, dividindo o custo médio por trabalhador pelo número de horas trabalhadas. Os custos englobam o salário-base, os prémios e subsídios regulares atribuídos aos trabalhadores, os subsídios irregulares (como os subsídios de férias e Natal, prémios de fim do ano, prémios pontuais, por exemplo) e ainda o pagamento de horas extraordinárias. Além destes encargos, também são tidos em conta outros, como as indemnizações por despedimento, as contribuições patronais para a Segurança Social, os gastos com os seguros de trabalho e doenças profissionais, ou determinados encargos contratuais ou facultativos (como seguros de saúde atribuídos aos trabalhadores ou prestações sociais pagas directamente aos funcionários em situações de doença). Para fazer essa confrontação, o INE faz um inquérito online a 5040 entidades patronais para ter um indicador preciso sobre o número de horas trabalhadas e cruza esses dados com a informação dos custos reportados pelas entidades empregadoras à Segurança Social e à Caixa Geral de Aposentações (mais de 400 mil entidades, referentes a 4,6 milhões de trabalhadores). O ICT registou um crescimento de 8,2% em 2023 (contra 5,1% no ano anterior) , com aumentos a verificar-se em todas as actividades económicas. Os custos salariais cresceram 8,2% (contra 5,1% no ano anterior) e 8,1% nos outros custos (6,6% em 2023 ). Na indústria, construção e serviços, o índice cresceu 8,1% (5% em 2023) e nas actividades de administração pública, educação, saúde, apoio social, actividades artística subiu 8,3% (6,1% em 2023). No quarto trimestre do ano passado (de Outubro a Dezembro), o ICT cresceu 9,6% em relação ao mesmo período do ano passado, verificando-se uma aceleração em relação ao que acontecera, em termos homólogos, no terceiro trimestre (de Julho a Setembro), em que se observou um aumento de 8,7%. Nos últimos três meses do ano, o aumento do custo médio por trabalhador foi “transversal a todas as actividades económicas, tendo os aumentos sido maiores na administração pública (6,9%) e menores nos serviços (5,1%)”, diz o INE. Com excepção da administração pública, “em que o aumento foi superior, as restantes atividades apresentaram acréscimos menores do que os registados no trimestre anterior”. Neste período, as horas efectivamente trabalhadas por trabalhador “diminuíram em todas as áreas, “à semelhança do trimestre anterior”. A maior descida aconteceu na construção. A nível europeu, os dados mais recentes são do terceiro trimestre de 2024. Com uma variação de 8,4%, Portugal registou um aumento acima do conjunto dos 27 países da União Europeia, onde o acréscimo nos custos foi de 5,1% por comparação com o terceiro trimestre de 2023. “Quinze países, incluindo Portugal, registaram variações superiores à média da União Europeia, destacando-se a Roménia, com um crescimento homólogo de 17,1%. Em onze países, o ICT registou um acréscimo inferior à média da União Europeia, de 1% no Luxemburgo a 5% em Espanha. A Grécia observou um decréscimo homólogo do ICT de 2,6%”, indica o INE
CUSTOS SALARIAIS TRABALHADORES PORTUGAL ICT INDEX AUMENTO HORAS TRABALHADAS
Portugal Últimas Notícias, Portugal Manchetes
Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.
Trabalhadores da Auchan ameaçam greve por aumentos salariaisOs trabalhadores da Auchan em Portugal ameaçam iniciar uma greve a 21 de fevereiro caso o grupo não atenda às suas reivindicações, que incluem aumentos salariais e melhorias na cobertura do seguro de saúde. O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) afirma que a Auchan tem os salários mais baixos do setor, enquanto a empresa defende que está comprometida com a valorização dos seus colaboradores e investirá 10 milhões de euros em 2025 na revisão das condições salariais.
Consulte Mais informação »
Portugal Dê 120 Dias a Empresas para Corrigir Desigualdades SalariaisA Autoridade para as Condições do Trabalho deu 120 dias a empresas para justificarem disparidades salariais e criarem planos para corrigi-las, ou podem ser excluídas de concursos públicos. Um estudo do Fórum Económico Mundial indica que colmatar essas disparidades levaria 31 anos. O tema é discutido em programas como o 'Factos que Contam' e no 'Expresso da Manhã'.
Consulte Mais informação »
Portugal regista terceiro maior aumento de custos com comunicações na UE em 2024Portugal registou a terceira maior variação de preços de telecomunicações na União Europeia (UE) em 2024, com um aumento médio de 6,9% nos últimos 12 meses. A taxa de variação média dos preços das telecomunicações em Portugal foi superior à verificada na UE em 7,2 pontos percentuais.
Consulte Mais informação »
900 Mil Trabalhadores em Pobreza Absoluta em PortugalO mais recente relatório sobre o balanço social em Portugal revela uma situação preocupante: 900 mil trabalhadores vivem em pobreza absoluta, apesar de estarem empregados. As associações exigem mais apoios do governo para as famílias mais vulneráveis. A pobreza é mais comum nas cidades, especialmente na Área Metropolitana de Lisboa, devido ao alto custo de vida. O país também enfrenta a problemática da pobreza energética, que afeta milhões de portugueses.
Consulte Mais informação »
Pobreza Absoluta Afecta 900 Mil Trabalhadores em PortugalO mais recente relatório sobre o balanço social revela que 900 mil trabalhadores vivem em situação de pobreza absoluta em Portugal. As associações solicitam mais apoios governamentais, especialmente para famílias carenciadas. Imigrantes e crianças são os grupos mais afetados. Em notícias económicas, o cabaz de alimentos essenciais registou uma redução de três euros no preço em comparação com a semana anterior. No entanto, alguns produtos ficaram mais caros, causando queixas dos consumidores sobre os preços elevados.
Consulte Mais informação »
Idosos, mulheres, deficientes e trabalhadores entre os mais afetados pela pobreza em PortugalUm livro com diversos estudos sobre a pobreza &233; lan&231;ado esta quarta-feira numa homenagem homenagem a Alfredo Bruto da Costa, especialista em pobreza e exclus&227;o social, antigo presidente da Comiss&227;o Nacional Justi&231;a e Paz, que morreu em 2016.
Consulte Mais informação »