Passados quase nove meses, João, António e Maria falam das sequelas da morte da mulher, da mãe e do marido. A dor, a incompreensão e o cristalizar da sensação de uma perda sem reparo possível. Os psicólogos alertam que o luto na pandemia tem caraterísticas diferentes que intensificam o sofrimento. Os danos causados? Só daqui a uns anos saberemos.
Para a psicóloga, nestes casos, há em primeiro lugar que “validar os sentimentos que surgem”, a pessoa tem de ter “”. “É importante fazer isso de uma forma facilitadora, porque, muitas vezes, os contextos familiares não permitem falar do acontecimento.No caso deste paciente, “senti que estava a viver isto de uma forma mais angustiante e ansiogénica”. A António, diz Joana Soares, “tiraram-lhe o tapete”.
Eduardo Carqueja, que lidera o serviço em que Joana trabalha, explica que em muitos casos que seguem, e de que João e António são exemplos, os familiares das vítimas mortais da Covid estavam também infetados, “o que impendia que saíssem do espaço de isolamento se um dos elementos viesse a falecer” e não pudessem estar “o mais próximo possível do acompanhamento do final dessa pessoa”.
“Tinha-se um olhar muito desconhecido e de grande incerteza, que fez com que as pessoas que viessem a morrer fossem cremadas. Associadamente, havia normas de que as pessoas tinham de ir nuas. Para muitas pessoas teve impacto. Além de não puderem ver,Funeral de uma vítima de Covid-19, em abril deste ano.
Quando o desfecho era o pior, a comunicação era feita por alguém do serviço em que o doente estava internado e “era muito objetivada”, “com sinais muito identificáveis: era referida a cor dos olhos, para dar a essas pessoas a ideia de que quem tinha morrido era o familiar, seja o pai, a mãe, e assim criar esta ideia de que era a real e que quem estava no caixão era mesmo aquela pessoa”.
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