Escolheram ser enfermeiros. Queriam trabalhar com crianças e o destino juntou-os na unidade de infecciologia do Hospital D. Estefânia. Hoje estão na linha da frente no combate ao covid-19. Este texto foi publicado originalmente no dia 11 de abril e faz parte de um lote de trabalhos relacionados com a covid-19 que o DN está a republicar.
O medo que sentia"não era tanto o de ter ficado infetada", mas mais de ser ela a contaminar os colegas, o filho, o marido, os pais e outros que com ela pudessem cruzar-se. Um mês depois desse dia, Lena, como as colegas lhe chamam, recorda a expressão assustada da criança e a revolta do pai quando ali chegou.
"por trabalhar numa equipa muito unida, coesa, em que todos se apoiam uns aos outros, quando um está mais fragilizado, o outro avança. Temos um elo muito forte, que nos torna um elo maior. É como se fôssemos uma rede e é isso que nos faz ultrapassar o medo". "Uma equipa excecional, sempre disponível, não se queixa. e todos temos medos e famílias, mas apoiamo-nos uns aos outros."
Ana Oliveira entrou no hospital da Estefânia quando se formou e ali ficou. Quando começou ainda"podíamos escolher para onde queríamos ir. E o meu sonho foi sempre cuidar dos outros, ajudar os outros, e a enfermagem coube na perfeição". Tem dois filhos de 4 anos, que registam o tempo antes, durante e depois do coronavírus.
De manhã sai de casa, calça uns sapatos, chega ao carro calça outros para conduzir e entrar em casa dos pais, deixa os filhos,"não há abraços nem beijinhos, é o mínimo de palavras, é difícil", diz, franzindo o nariz,"mas tem de ser". Volta ao carro, segue até ao hospital, quando estaciona, calça outros sapatos que a levam até à unidade. Às 08.
"Aqui tratamos dos filhos e dos pais também. Temos de os apoiar também e de tornar a passagem por aqui mais confortável". "Foi das coisas que mais me custaram, dizer a uma mãe no meio corredor, quando o filho já positivo à doença foi trazido pelo INEM: 'Tem de decidir, ou fica ou vai embora.' Está a transpirar, mas ri-se,"levo mais tempo a despir-me do que a vestir-me. Temos de estar muito atentas, a pensar no que estamos a fazer para cumprir todas as regras e nada ficar infetado".
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