Acaba de ser criada mais uma suposta solução para evitar situações de assédio e abuso sexual na Europa: uma pulseira que avisa os meus contactos caso eu esteja em perigo. Dedicada a mulheres, principalmente as que querem sair à noite. Percebo as boas intenções, porque este problema é latente, mas pergunto eu: será que fazer recair sobre as miúdas e as mulheres a responsabilidade da prevenção da sua segurança quando saem à rua é o caminho? Não devíamos, pelo contrário, encontrar soluções de responsabilização dos agressores?
que, muito resumidamente, contava o seguinte: uma jovem portuguesa desenvolveu um protótipo de pulseira anti-assédio sexual. Basicamente, o dispositivo é dedicado a adolescentes e mulheres, que a podem usar como medida de prevenção para os muitos casos de assédio e abuso sexual que acontecem diariamente, principalmente quando saem à noite.
Para quem tem alguma dificuldade em perceber quão constante e socialmente aceite é o assédio sexual, deixo-vos um exemplo simples. Ainda ontem, a amiga que partilhou comigo esta notícia partilhou também o seguinte desabafo. Há uns dias foi almoçar no centro de Lisboa e para chegar ao restaurante tinha de passar em algumas ruas mais estreitinhas do centro histórico da capital.
Vejamos: cinco homens sentem-se na legitimidade de amedrontar e fazer comentários sexuais a uma mulher que não conhecem de lado nenhum, pelo simples prazer da demonstração de poder. Sentem-se na posição de bloquear-lhe a passagem no espaço público e de tecerem apreciações ao seu corpo como se este fosse um objecto de prazer ao qual têm direito. Em plena luz do dia, porque sabem que a impunidade está do seu lado.
A mensagem global que este tipo de soluções passam é, mais uma vez, que é a mulher que tem de ter cuidado e que deve desenvolver mecanismos de defesa e de proteção à sua integridade quando anda no espaço público. Um espaço ao qual todos devíamos ter direito de igual forma, segurança e dignidade incluídas.
Que se façam leis duras e menos dúbias na sua interpretação, e que a justiça funcione de forma mais célere e menos machista. Que se reforce o policiamento, principalmente em zonas e situações que se sabe à partida que são cenários propícios para estas agressões. Que se dê formação concreta às forças de segurança para saberem lidar com estes casos com a seriedade e crédito que eles merecem.
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