Investigação coordenada pela Universidade Nova de Lisboa está a estudar a forma como as vulnerabilidades metabólicas podem agravar a infeção pelo novo coronavírus. Em causa estão os problemas relacionados com a falta de vitamina D e as bactérias intestinais, e a ideia é encontrar soluções. Este texto foi publicado originalmente no dia 10 de maio e faz parte de um lote de trabalhos relacionados com a covid-19 que o DN está a republicar.
Indo ao coração do problema, e tendo em conta o muito que ainda se desconhece sobre este coronavírus e a infeção que provoca, qual poderá ser, afinal, o papel das vulnerabilidades metabólicas relacionadas com a vitamina D na gravidade da infeção pelo Sars-cov-2?
Esta não é, no entanto, a única investigação através da qual Conceição Calhau e a sua equipa pretendem relacionar as questões metabólicas com a covid-19 e os seus diferentes graus de severidade. "Há muito que estudamos na população portuguesa a relação entre o microbiota e o sistema imunitário, por isso não foi difícil olhar para isto e pensar nesta investigação", diz Conceição Calhau.
O que é isto tem a ver com a covid-19? Não se sabe ainda ao certo. Mas pode ter - e muito. E é exatamente isso que a equipa de Conceição Calhau quer tirar a limpo. A equipa vai avaliar amostras de pelo menos 60 doentes dos Hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e de São João, no Porto - mas no final deverão ser muitos mais porque há parceiros de Itália, Espanha e Brasil que também pretendem participar no estudo.
Uma das hipóteses em cima da mesa é a de que uma parte significativa da população portuguesa poderá ter no seu genoma variantes genéticas que determinam uma produção menos eficiente desta vitamina e estudo pretende verificar se isso é mesmo assim.A maior parte da vitamina D é produzida através da pele, a partir da exposição à luz solar.
Os estudos de genética das populações mostram essa distribuição da variabilidade do DHCR7. Cerca de 80% da população africana tem a variante menos eficiente do gene, enquanto a sua prevalência nas populações do norte da Europa é de apenas 5%. Já em países como a Finlândia, a Noruega ou a Suécia, cerca de 95% da população tem justamente a variante mais produtiva.
Algo que dá que pensar no contexto da presente pandemia."Queremos por isso avaliar esta questão para os doentes portugueses", sublinham as duas investigadoras No total dos nove mil perfis no banco de dados da HeartGenetics, a prevalência da variante menos eficiente do DHCR7 chega aos 25%."É bastante", resume Ana Teresa Freitas.
Para isso os investigadores vão analisar amostras de doentes dos hospitais de São Francisco Xaxier, Cuf Infante Santo e Curry Cabral em Lisboa, o de São João, no Porto, e o de São Sebastião, em Santa Maria da Feira, numa cobertura geográfica abrangente.
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