Uma nova sondagem do European Council on Foreign Relations (ECFR) revela que a maioria dos europeus acredita que a guerra na Ucrânia terminará em negociações de paz, mas há divisões sobre o papel que a Europa deve desempenhar nesse processo. Apesar dotimismo em relação à possibilidade de acordo, muitos europeus demonstram falta de confiança nas promessas do Presidente norte-americano, Donald Trump, de acabar com o conflito.
A maioria dos europeus acredita que a guerra na Ucrânia irá terminar em negociações de paz e cada vez menos esperam uma vitória ucraniana, segundo uma sondagem do European Council on Foreign Relations (ECFR). No entanto, não há clareza sobre como estas negociações devem decorrer. Apesar das promessas do Presidente norte-americano, Donald Trump , de acabar com o conflito através de negociações , os europeus parecem concordar que o momento para a paz está próximo.
Esta é a opinião que prevalece em todos os 14 países (Alemanha, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Estónia, França, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia, Suíça e Ucrânia) que participaram no inquérito do ECFR realizado entre Novembro e Dezembro. Mesmo na Ucrânia, já são mais aqueles que acreditam numa resolução através de um acordo do que numa vitória militar (47% face a 34%). Os resultados da sondagem mostram uma mudança acelerada na direção de um acordo diplomático ao longo do último ano. Na Estónia, por exemplo, um dos países que mais se destaca pelo apoio a Kiev, a fatia da população que acreditava numa vitória ucraniana passou de 38% para 15% entre Maio e Novembro. O cansaço com o conflito e a ausência de progressos significativos favoráveis à Ucrânia no campo de batalha em 2024 ajudam a explicar esta mudança na opinião pública europeia. No entanto, o facto de a maioria dos eleitores europeus considerar que o desfecho mais provável seja a abertura de negociações entre a Ucrânia e a Rússia não significa necessariamente que esse seja o seu desejo. Na Estónia, Dinamarca, Polónia, Reino Unido e Portugal, fatias expressivas da população defendem que “a Europa deve continuar a apoiar a Ucrânia no combate para recuperar os territórios ocupados pela Rússia”. Mas na sua maioria, os europeus querem que a Ucrânia seja persuadida a entrar em negociações com a Rússia e grande parte dos inquiridos defende que não deve ser dada sequer uma garantia prévia de segurança. “Estas divisões devem preocupar qualquer um que veja a necessidade de uma posição europeia comum sobre a Ucrânia”, alertam os autores do estudo, “sobretudo dada a chegada de um parceiro menos previsível e amigável à Casa Branca”. Apesar das inúmeras garantias dadas por Trump de que será capaz de fazer sentar à mesa das negociações a Rússia e a Ucrânia e pôr fim à guerra, os europeus parecem, de um modo geral, ter algum cepticismo em relação a essas promessas. As exceções estão na Bulgária, Roménia, Hungria, Itália e Estónia, onde há sectores consideráveis que veem como mais provável um acordo de paz com a chegada de Trump ao poder. Os autores do estudo também quiseram perceber se os europeus vêem a Ucrânia como parte da Europa, antecipando as futuras discussões sobre a adesão do país à UE. Com excepção de França e Itália, a maioria dos inquiridos nos restantes países considera a Ucrânia parte do continente, embora a fatia dos que discordam seja consistentemente superior a 20%. “Que cerca de metade dos inquiridos em dois dos maiores Estados ocidentais, França e Itália, duvidem disto deve ser razão de preocupação para os apoiantes do processo de integração”, lê-se no estudo do ECFR. De uma forma geral, a Rússia é vista pela maioria dos europeus como um rival ou um adversário, mas na Hungria e na Bulgária são mais os que vêem Moscovo como um aliado ou um parceiro de negociações
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