O Estado português entra no capital de empresas sem um plano bem definido e acaba invariavelmente mal. A Falência da INAPA é só mais um exemplo da contribuição da Parpública para queimar dinheiro.
Quem olhasse para o capital da INAPA por volta de 2015 e anos seguintes via rapidamente sinais de alerta. O capital desta era maioritariamente ocupado pelo Estado e bancos. Ou seja, notava-se que uma boa parte de dívida já tinha sido convertida em capital no passado.
Também o BCP conseguiu a muito custo desfazer-se de uma participação de quase 29% no capital da distribuidora de papel. Para tal, aproveitou o período de recuperação do negócio que falo de seguida.Curiosamente a pandemia de Covid-19 até beneficiou a empresa, sendo nesta fase em que registou uma significativa diminuição da dívida.
A dificuldade em definir um rumo foi agravada pelo posicionamento num setor em decrescimento, visto que o processo de desmaterialização das economias globais levou à descida do consumo de papel em formato tradicional. Por outro lado, com a recente subida em flecha das taxas de juro ao nível global, a INAPA ficou numa situação em que qualquer necessidade de capital seria um problema, visto que já devia mais de 200 M€.
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