Mantém a intenção de apoiar a recandidatura de Marcelo e afirma que a sua posição “corresponde ao sentimento maioritário no PS”.
“Acho que foi uma legislatura histórica, não apenas para mim, mas para a democracia e, sobretudo, para o país”, sustentou Ferro Rodrigues, em entrevista à Agência Lusa, esta sexta-feira, numa síntese dos quatro anos em que foi presidente do Parlamento.
“Não houve golpe de Estado parlamentar nenhum, porque a maioria que vota, em voto secreto, um presidente da Assembleia da República é sempre uma maioria legítima, qualquer que seja o eleito. Pura e simplesmente passou-se que, mesmo antes de haver um acordo governamental de incidência parlamentar, houve um acordo entre as diversas bancadas” da esquerda para essa eleição, contrapôs, nesta entrevista, o antigo líder socialista.
Num breve balanço destes últimos quatro anos, no plano político-institucional, Ferro Rodrigues destacou “a centralidade do Parlamento em vários momentos chave”. Sobre o Presidente da República afirma que Marcelo Rebelo de Sousa tem uma grande independência em relação a si próprio, o que faz dele “um grande Presidente” e que ele próprio faz questão de repetir que se as eleições fossem amanhã, “não teria dúvidas em quem votaria”.
Sobre si próprio, Eduardo Rodrigues afirma que “tendo as coisas corrido bem até agora”, não vê “motivo nenhum para sair [da política] sem mais nem menos”. “Independentemente da intriga política, que faz parte da vida democrática e que muitas vezes é feita por aqueles que são mais ferristas que o Ferro, ou mais cesaristas que o César, não foi para mim uma surpresa”, comenta, aludindo às notícias que o davam como desavindo com ainda presidente do grupo parlamentar do PS.
“Acho que o PS não deve colocar essa questão [da maioria absoluta] como central na campanha, mas também não pode levar a que os eleitores do PS, que tenham gostado muito desta solução política, como é o meu caso, façam apelos para que não se vote no partido. Isso levado até o infinito e ao absurdo levaria a que ninguém votasse no PS”, apontou.
E, numa alusão indirecta ao Bloco de Esquerda, PCP e PEV, Ferro Rodrigues colocou mesmo uma hipótese de evolução do sistema político português a médio ou longo prazo: “E imaginar daqui a 20 ou 30 anos que esses partidos podem estar com outros em vez de aliados com o PS”, sugeriu. Neste ponto, Ferro Rodrigues fez mesmo questão de salientar que Vítor Constâncio, antigo ministro das Finanças de Mário Soares e ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, é uma das pessoas referência da sua geração.
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