O uso da planta para produção de fibras e óleo, a partir das sementes, tem quatro mil anos, mas não se sabia quando começou a ser utilizada como substância psicoativa. Uma antiga sepultura deu agora a resposta
A equipa internacional de investigadores, coordenada por cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, e da Academia das Ciências da China utilizou uma nova tecnologia de cromatografia para identificar os elementos químicos presentes no recipiente onde tinha sido feita a queima ritual e, com grande espanto, deu com a assinatura química da canábis e da sua substância psicoativa THC - a que produz o famoso efeito da canábis.
Esta é a primeira prova direta que mostra os povos antigos daquela região já usavam - e queimavam - variedades da planta com altos teores de THC e, portanto, com propriedades psicoativas. Desconhece-se, no entanto, de que forma concreta se revestia esse uso. "Esta descoberta vem dar suporte à ideia de que a canábis foi primeiramente utilizada pelas suas substâncias psicoativas nas regiões montanhosas da Ásia Central, disseminando-se a partir daí para as outras regiões do mundo", sublinha uma das coordenadores do estudo, Nicole Boivin, do Instituto Max Planck.
Nem todas as variedades de canábis têm os mesmos teores altos de THC. Supõe-se que a altitude favoreceu os teores mais altos daquela substância nas plantas, mas não é claro para os cientistas se os povos daquela região cultivavam a planta com esse propósito, ou se apenas se limitaram a aproveitar essa particularidade das plantas de canábis que nasciam mais acima, nas montanhas.
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