David Sánchez, irmão do presidente do Governo de Espanha, foi apontado como envolvido num escândalo que inclui suspeitas de tráfico de influência, prevaricação e peculato. As ligações a Portugal surgem através de contactos com o anterior Governo português para angariar fundos europeus para um projeto cultural. Vítor Escária, ex-chefe de gabinete de António Costa, foi o intermediário no processo. As investigações espanholas levam à luz possíveis irregularidades na contratação de David Sánchez para um cargo no Conselho Provincial de Badajoz, onde as ligações familiares com o presidente do Governo espanhol são alvo de suspeitas.
O mais recente escândalo que envolve o presidente do Governo de Espanha tem origem no irmão do político e apresenta ligações a Portugal . David Sánchez , diretor de Artes Cénicas do Conselho Provincial de Badajoz, contactou o anterior Governo português para estabelecer uma parceria em busca de fundos europeus para um projeto cultural. O intermediário foi Vítor Escária , ex-chefe de gabinete de António Costa, que se encontra no centro da investigação judicial que levou à queda do anterior Governo.
Em novembro de 2022, uma semana após uma cimeira luso-espanhola, David Sánchez entrou em contato com o Governo português. O objetivo era concretizar um projeto de ópera, com um orçamento de três milhões de euros, a ser realizado em parceria entre Badajoz e Elvas, mas para candidatar o projeto aos fundos europeus, era necessária a parceria de um organismo português. Foi neste contexto que David Sánchez solicitou a ajuda de Vítor Escária, então chefe de gabinete do primeiro-ministro António Costa. Quatro meses depois, foi assinado um memorando de entendimento entre os ministros da Cultura dos dois países, com o compromisso de desenvolver projetos transfronteiriços, incluindo o projeto de ópera de David Sánchez. O ex-ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, afirmou à SIC que o memorando não implicava qualquer financiamento nacional para o projeto. Vítor Escária, atualmente, é alvo de investigação por corrupção que levou à queda do anterior Governo. As comunicações entre David Sánchez e o Governo português foram intercetadas pelas autoridades espanholas durante uma investigação a alegadas irregularidades na contratação para o cargo no Conselho Provincial de Badajoz. Há suspeitas de tráfico de influência, prevaricação e peculato na criação e atribuição do cargo devido à ligação familiar ao presidente do Governo espanhol. Em tribunal, David Sánchez negou ter obtido a posição através da influência do seu irmão, alegando ter recebido conhecimento da vaga por meio da internet. Está também sob suspeita de fuga ao fisco espanhol, por residir fiscalmente em Elvas, e de enriquecimento ilícito, tendo o seu património líquido aumentado 550% em apenas três anos.
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