As mulheres entre os 25 e os 44 anos asseguram cerca de 70% das tarefas no seio das famílias italianas. Para as que têm filhos, a pandemia veio realçar o pesado fardo que é trabalhar dentro e fora de casa
Em Itália, mais de 70% dos trabalhadores infetados com o novo coronavírus são mulheres. Isso acontece não porque as italianas são particularmente descuidadas, mas apenas e só porque estão mais expostas a profissões essenciais em tempos de pandemia — nos hospitais, nas escolas, nas lojas — e onde o teletrabalho não é opção.
Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas de Itália , as mulheres entre os 25 e os 44 anos asseguram cerca de 70% das tarefas no seio das famílias. A pandemia trouxe uma sobrecarga: as escolas fecharam e as salas de aula transferiram-se para as mesas de casa, tornando quase impossível a tarefa de cuidar dos filhos e, simultaneamente, corresponder às exigências dos patrões.
“O confinamento tem tido consequências muito graves para as mulheres que dão por si a tratar das crianças, da educação escolar, do seu trabalho e da lida doméstica”, alerta Miriam Tola, professora na Universidade de Lausana, na Suíça, e membro do grupo feminista italiano “Non Una Di Meno” , citada pela publicação “Politico”.Em 2019 — ou seja, ainda antes de sentirem os efeitos da pandemia —, cerca de 37.
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