Após cerca de duas semanas de operações militares israelitas no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, milhares de pessoas deslocadas e muitas casas destruídas. A ONU denuncia o uso 'desproporcionado' da força por Israel e uma escalada na violência.
Depois de cerca de duas semanas de operações militares israelitas em Jenin , o campo de refugiados na Cisjordânia ocupada está como se fosse uma “cidade-fantasma”, descrevem residentes à agência Reuters, com milhares de pessoas deslocadas e muitas casas destruídas. Israelitas, diz ainda a Reuters.
“Ficámos em casa até ochegar até nós e dizer para evacuarmos a casa e o bairro porque iam levar a cabo uma explosão”, contou Khalil Huwail, que saiu com a família (a mulher e quatro filhos), à agência britânica. “Saímos com a roupa no corpo. Não pudemos levar nada, era proibido. O campo está totalmente vazio.” Segundo dados do Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana citados pela Al-Jazeera, desde o início do ano foram mortas mais de 70 pessoas em operações militares israelitas, incluindo dez crianças, na Cisjordânia ocupada. Destes 70 mortos, 38 eram de Jenin.do campo de refugiados de Jenin indicou que desde o dia 21 de Janeiro morreram 25 palestinianos. A organização apontou ainda que foram deslocadas 3200 famílias do campo, num total de cerca de 20 mil pessoas, tendo sido demolidas entre 150 e 180 casas e outras infra-estruturas. Jouliette Touma, porta-voz da UNRWA, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, disse que não havia informação de que restasse qualquer pessoa ainda no campo.Inflicting Harm and Denying Care – Patterns of Attack and Obstructions of Healthcare in the West Bank , a organização Médicos sem Fronteiras (MSF) indicava que a escalada de violência na Cisjordânia, com incursões militares israelitas prolongadas e restrições de movimento cada vez mais estritas, tem impedido largamente o acesso a serviços essenciais, em especial a cuidados médicos. O sistema de saúde enfrenta um “estado contínuo de emergência”. As equipas da organização na região norte da Cisjordânia têm documentado um aumento no número de ataques contra instalações e profissionais de saúde. “Há pacientes palestinianos a morrer porque simplesmente não conseguem chegar aos hospitais”, disse Brice de le Vingne, coordenador de emergências da MSF, citado no relatório. “Vemos ambulâncias bloqueadas pelas forças israelitas nosenquanto levam doentes em estado crítico, instalações médicas rodeadas e atacadas enquanto há operações activas, e trabalhadores do sector da saúde sujeitos a violência física enquanto tentam salvar vidas.”em Gaza. A UNRWA afirmou entretanto que as demolições “minam o cessar-fogo frágil conseguido em Gaza, e apresentam um risco para uma nova escalada”, cita a Reuters. A analista palestiniana Nour Odeh diz que os palestinianos da Cisjordânia acham que estas operações são uma extensão da guerra em Gaza, decorrendo actualmente, no fundo, uma ofensiva “em várias frentes”. A operação em Jenin que começou no dia 21 é o mais recente passo de uma campanha lançada no mês passado, num local que hávê ataques do Exército de Israel (e, por vezes, da própria Autoridade Palestiniana) contra grupos armados palestinianos. Em 2002, durante a segunda intifada, o Exército demoliu centenas de casas, e cerca de um quarto da população ficou deslocada. “A situação é pior agora, o número de deslocados foi mais baixo”, disse o governador de Jenin, Kamal Abu al-Rub. O Exército “detonou casas em Jenin, Tulkarm e agora Nablus”, todas cidades do Norte da Cisjordânia ocupada, disse a jornalista Hamdah Salhut, que está em Amã (Israel aprovou, em Maio do ano passado, oda estação Al-Jazeera no país.) “O Exército está a arrasar blocos residenciais, como tem feito em Gaza.' O Gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirmou que a operação militar israelita em Jenin envolvia um uso “desproporcionado” da força, e apontava ainda para um “aumento de ataques deO Presidente dos EUA, Donald Trump, disse entretanto que os Estados Unidos iriam anunciar uma posição sobre uma potencial anexação da Cisjordânia por Israel nas próximas quatro semanas. “As pessoas gostam da ideia, mas ainda não decidimos”, declarou Trump (que, no entanto, disse o mesmo em relação ao de os EUA tomarem Gaza e retirarem os palestinianos para outros países, um plano que recebeu uma rejeição global)
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