O ex-ministro socialista João Galamba critica a venda da ANA à francesa Vinci em 2012, afirmando que condicionou a estratégia aeroportuária nacional e não foi um bom negócio para Portugal. Expressa preocupação com a crescente dependência de um operador privado e defende que o contrato de concessão deveria ter previsto melhor cenários de forte crescimento do turismo e do tráfego aeroportuário.
O ex-ministro socialista João Galamba afirmou que a venda da ANA à francesa Vinci, em 2012, por cerca de três mil milhões de euros, condicionou fortemente qualquer estratégia aeroportuária nacional e, por isso, não foi um bom negócio. João Galamba considerou que esta questão torna-se particularmente gravosa num contexto de forte crescimento do turismo e do número de movimentos nos aeroportos portugueses.
O grupo parlamentar do PCP tinha apresentado uma proposta para criação de uma Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar, tendo por objeto apurar as responsabilidades políticas e administrativas dos governos e dos Conselhos de Administração da ANA Aeroportos que envolveram a privatização da empresa e as suas implicações para o Estado e a gestão da rede aeroportuária nacional, mas foi rejeitada com os votos contra do PSD, PS e CDS e a abstenção do Chega. O grupo parlamentar do PSD requereu a audição do ex-ministro socialista, após o PCP ter requerido as audições do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o antigo ministro das Finanças Victor Gaspar, a antiga secretária de Estado do Tesouro Maria Luís Albuquerque, o antigo secretário de Estado das Infraestruturas Sérgio Monteiro, o presidente do Conselho de Administração da ANA, José Luís Arnaut, o presidente executivo da empresa, Thierry Ligonnière, e as organizações representativas dos trabalhadores da gestora aeroportuária.Questionado sobre se conhece algum exemplo de privatização de uma infraestrutura semelhante em que o Estado tenha recebido um valor 16 vezes superior ao valor da empresa e ainda a partilha de receitas, João Galamba afirmou não conhecer nenhum país europeu que tenha sacrificado grande parte da sua autonomia estratégica e capacidade de planear e desenvolver o setor aeroportuário nacional. Para o ex-ministro, esta questão torna-se particularmente gravosa num contexto de forte crescimento do turismo e do número de movimentos nos aeroportos portugueses. João Galamba não comentou o valor financeiro da operação, mas, quanto às obrigações contratuais previstas na concessão, considerou que o acordo podia e devia ter acautelado a eventualidade de cenários de procura muito superiores ao previsto, que se vieram a verificar, nomeadamente no que diz respeito à partilha de receitas. 'O tema das taxas aeroportuárias também podia e devia ter sido acautelado, para manter mitigando as subidas que se têm verificado e que prejudicam a competitividade do país', referiu o ex-governante, defendendo ainda que o contrato de concessão fragilizou a posição negocial do Estado no desenvolvimento do setor, nomeadamente no que diz respeito à construção de um novo aeroporto
PRIVATIZAÇÃO ANA JOÃO GALAMBA AEROPORTOS PORTUGAL VENDA VINC INFRAESTRUTURAS TURISMO
Portugal Últimas Notícias, Portugal Manchetes
Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.
João Galamba critica venda da ANA à Vinci em resposta ao ParlamentoApós cinco meses de espera por respostas, João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas, respondeu por escrito à comissão do Parlamento sobre a venda da ANA à Vinci. Galamba considera a venda um “mau negócio” que não salvaguardou o interesse público e aponta “inconsistências graves” no contrato feito com a empresa.
Consulte Mais informação »
Alguém aí sabe por onde anda João Galamba?O presidente do Parlamento (que corrigiu uma falta de educação), o governo (que insiste nos 15 mil euros) e João Galamba (que não responde aos deputados) são o Bom, o Mau e o Vilão.
Consulte Mais informação »
Galamba: Venda da ANA não foi um 'bom negócio' e prejudicou o interesse públicoO ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, afirmou que a venda da ANA à francesa Vinci em 2012 não foi um bom negócio e que prejudicou o interesse público do Estado português.
Consulte Mais informação »
Maria João Carioca e João Marques da Silva co-CEO da GalpA ex-CFO e o vice-presidente da área comercial foram nomeados co-CEO interinos, após a saída de Filipe Silva. A Galp não especificou se as nomeações serão até à próxima AG ou até o fim do mandato.
Consulte Mais informação »
Maria João Carioca e João Diogo Silva assumem co-liderança da GalpApós demissão de Filipe Silva, a actual administradora financeira e o administrador com o pelouro comercial vão repartir a liderança da equipa de gestão da petrolífera.
Consulte Mais informação »
João Leão: Portugal pode fechar 2025 com excedente residualEx-ministro das Finanças prevê taxas de juro abaixo de 2% em 2025 e defende maior concorrência na banca.
Consulte Mais informação »