A Jordânia e o Egito recusaram a proposta do presidente norte-americano de deslocar a população da Faixa de Gaza para outros países árabes, para 'limpar' o território.
Milhares de palestinos aguardam para regressar ao norte da Faixa de Gaza . Durante o seu primeiro mandato, o atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , apresentou um plano que previa a anexação por parte de Israel de quase 30% da Cisjordânia ocupada. A Jordânia e o Egito recusaram este domingo a proposta do presidente norte-americano de deslocar a população da Faixa de Gaza para outros países árabes, para 'limpar' aquele território.
Numa conferência de imprensa, hoje em Amã, o ministro Ayman al Safadi defendeu a criação de um estado palestiniano, com base na solução de dois estados, e rejeitou a proposta de Donald Trump, que no sábado disse aos jornalistas, a bordo do avião presidencial, que as nações árabes deveriam receber mais refugiados da Faixa de Gaza, retirando potencialmente uma parte suficiente da população para 'simplesmente limpar' o território. No sábado, Trump disse aos jornalistas que mencionou o plano num telefonema com o rei Abdullah II da Jordânia e que falaria hoje com o Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi. 'A nossa posição sobre a solução de dois estados é firme, nunca muda. A nossa rejeição da expulsão (dos palestinianos) é firme, nunca muda', afirmou hoje o ministro jordano dos Negócios Estrangeiros. O chefe da diplomacia da Jordânia referiu que o país 'nunca se desviará' desta posição, que considera necessária para 'alcançar a estabilidade, a segurança e a Paz' naquela região. 'Esperamos trabalhar com a governação norte-americana. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou com clareza que procura alcançar a paz na região. Estamos de acordo com ele nisso', disse, sobre o fim do conflito. No entanto, para que seja alcançada a paz naquela zona, é preciso 'aceitar os povos, reconhecer os seus direitos e, sobretudo o do povo palestiniano de viver com liberdade e dignidade no seu território'. Outro dos países árabes que Trump espera que receba mais refugiados palestinianos, o Egito, reagiu à proposta do governante norte-americano através da embaixada nos Estados Unidos. 'O Egito não pode ser parte de nenhuma solução que envolva a transferência de palestinianos para Sinai', lê-se numa publicação de hoje na rede social X, na página oficial da embaixada. A publicação remete para um texto de opinião do embaixador egípcio nos Estados Unidos, Motaz Zahran, publicada em outubro de 2023 na publicação norte-americana The Hill. No artigo, o embaixador defende, por exemplo, que 'despojar cidadãos da sua terra natal e torná-los refugiados perpétuos não faz aproximar de uma solução política permanente, em vez disso repele e alimenta sentimentos atormentados de angústia e reações sob a forma de violência por vingança'. Também o Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmud Abbas, reagiu hoje à proposta de Donald Trump, garantindo que os palestinianos não deixarão o território. 'Enfatizamos que o povo palestiniano nunca abandonará a sua terra nem os seus lugares sagrados, e não permitiremos que se repitam as catástrofes ('a Nakba') de 1948 e 1967. O nosso povo permanecerá firme e não abandonará a sua pátria', lê-se num comunicado da presidência palestiniana, divulgado pela agência de notícias oficial palestiniana Wafa. Além disso, Mahmud Abbas defendeu que as insinuações de Trump são 'uma violação das linhas vermelhas' e reiterou a rejeição de qualquer política ou ação que vise minar a unidade da Palestina, incluindo a Faixa de Gaza, a Cisjordânia ocupada e Jerusalém Oriental. Mahmud Abbas instou antes Trump a concentrar-se em manter e consolidar o cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor em 19 de janeiro, em garantir a retirada total do exército de Israel e em permitir que a Autoridade Nacional Palestiniana se responsabilize por uma Gaza pós-guerra 'num estado palestiniano independente'. Em 05 de dezembro, o ministro da Segurança Nacional de Israel, o ultranacionalista Itamar Ben Gvir, anunciou que apresentaria a Trump um plano para promover a entrada de judeus colonos e a emigração da população palestiniana de Gaza. Numa entrevista publicada pelo jornal Maariv, o segundo mais lido em Israel, Ben Gvir, que vive num colonato israelita no território palestiniano da Cisjordânia, garantiu que o apoio de Trump seria uma decisão 'lógica' e 'moral'. 'Também será bom para os residentes de Gaza que emigram, voluntariamente, é claro', disse o ministro. Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), o atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou um plano que previa a anexação por parte de Israel de quase 30% da Cisjordânia ocupada. Também no sábado, Trump pôs fim a restrições, impostas pelo anterior chefe de Estado, Joe Biden, sobre o envio de bombas com peso de duas mil libras (907 quilos) para Israel. Israel e o Hamas acordaram em 19 de janeiro um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual deverá haver uma troca gradual de 33 reféns israelitas em troca de mais de 1.900 prisioneiros palestinianos
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