José Pinho recebeu por estes dias a medalha de mérito cultural da cidade de Lisboa e a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada — Ciências, Letras e Artes
José Pinho : o homem da Ler Devagar que reinventou a livraria de fundos contra o império das novidades
Numa dessas conversas animadas dentro e fora das salas de aula falou-se em “ler devagar” — aquele momento em que o leitor começa a desacelerar a leitura e a “fazer render” o livro porque não quer que ele chegue ao fim. Quem lê bastante sabe do que se trata. Logo alguém sugeriu ser a frase um bom nome para uma livraria. Salvo erro, José Carlos Alfaro. A que logo José Pinho acrescentou que podia ter uma revista com o título Rapidinha.
Outra homenagem mais discreta e a que assistimos por acaso aconteceu dois dias depois, durante uma visita ao hospital. Marcelo Rebelo de Sousa estava no quarto de José Pinho com a militar que normalmente o acompanha, Fátima Costa, a condecorá-lo com a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada — Ciências, Letras e Artes.O Presidente da República fez questão de lhe colocar o colar e assim serem fotografados, entre duas camas de hospital.
“Tenho de me aguentar mais uns dias. Não posso morrer antes de dia 16 de Junho. Estamos a prever inaugurar o Centro Cultural e Social do Bairro Alto nessa data.” Mais umas das suas ideias que a todos parecem mirabolantes. E a mesma vontade, os mesmos olhos brilhantes, dir-se-ia de miúdo, de quem tem sempre ânimo para o passo seguinte.
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