Lisboa, 08 jun 2023 (Lusa) - Ao som da música tradicional e em espírito de festa, os ensaios das marchas populares de Lisboa ajustam com rigor o desempenho dos filhos da terra, dos de longe e daqueles que foram obrigados a sair dos bairros.
Depois de marchar desde criança em Quarteira, Nuno Gonçalves integra o grupo, aos 23 anos. Chegou à capital para estudar Design e as cores dos figurinos da marcha guiaram-no até à escolha do Bairro Alto:"As cores eram as mesmas do que as que usava no Algarve e ao ver o desfile na avenida soube que tinha de participar. Sou a 4.ª geração da minha família nas marchas.
Os marchantes ensaiam há muitos anos no mesmo espaço disponibilizado pela Junta de Freguesia da Misericórdia e em dias de chuva têm de interromper os ensaios:"Não temos fuga. Não existem muitos espaços disponíveis no Bairro Alto e quando algum fica livre é ocupado por quem tem muito dinheiro", refere o também presidente do Lisboa Clube Rio de Janeiro.
"Ficamos de coração partido por perder o berço da nossa marcha. Sem espaço, no pós-marcha não conseguimos conviver, nem promover atividades para verbas extraordinárias, e toda a vertente de apoio social aos mais carenciados perdeu-se", relata. A citar um antigo ditado -"na Bica, coração que lá vai, coração que lá fica" - Pedro Duarte lamenta o vazio que o bairro enfrenta e descreve a marcha como um meio de reunir rostos do passado.
A descaracterização cultural é visível também em Alfama. Este ano, de 50 marchantes, apenas três ainda moram no bairro. João Ramos, responsável há 20 anos pela marcha, lembra as ruas cheias de portugueses, ao som da Rádio Amália.
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