Do que menos necessitamos em Portugal é de casas de luxo que só são acessíveis a estrangeiros ou a uma gama muito alta da nossa sociedade. E isso não é sustentabilidade.
O preço mediano de alojamentos familiares, em 2023, em Portugal foi 1 611 €/m2, tendo aumentado 8,6% relativamente ao ano anterior. O preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional nas sub-regiões da Grande Lisboa , Algarve , Península de Setúbal , Região Autónoma da Madeira e Área Metropolitana do Porto .
Num estudo da OCDE Portugal é o país com mais casas por cada mil habitantes, comparativamente a outros países da UE.Pode ler-se no mesmo estudo que 11,3% dos portugueses com casa arrendada no mercado privado gastam um valor que ultrapassa a taxa de esforço recomendada. Desembolsam mais de 40% do seu rendimento disponível com a habitação. Não é, portanto, razoável que se fale em falta de casas.
Um outro fator grave é, a pretexto da sustentabilidade, se construírem casas mais caras. Recentemente ouvi o presidente da APPII referir, num evento público, que a sustentabilidade é cara, como se fosse um luxo. Não há nada mais errado. A sustentabilidade não é um luxo, é economia, sociedade e ambiente. É uma necessidade intrínseca.
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