As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza estão a atingir um ponto crucial, com o Hamas a dar sinais de concordância com os termos propostos. No entanto, as últimas etapas do acordo ainda estão em curso, e a pressão sobre o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para fechar um acordo está a aumentar.
O enviado especial de Trump para o Médio Oriente, o empresário Steven Witkoff, telefonou para Telavive e disse que queria reunir-se, com urgência, com Benjamin Netanyahu . Mas havia um problema: era sábado e os judeus, incluindo o primeiro-ministro israelita, estavam a respeitar o Sabat, o período de descanso aos sábados.Witkoff ouviu que, na melhor das hipóteses, Netanyahu podia recebê-lo ao final da noite, depois de o sol se pôr.
Mas o enviado de Trump não aceitou a justificação: usando linguagem descrita como “apimentada”, Witkoff respondeu que não queria saber do Sabat e que estaria em Telavive ao início da tarde para se reunir com o primeiro-ministro israelita e dar um passo decisivo para fechar um acordo que parece estar iminente.A descrição da conversa telefónica entre Witkoff e o gabinete de Netanyahu foi feita pelo jornal israelita Haaretz, citando fontes próximas do processo. Apesar da expressão confiante e sorridente de Netanyahu na fotografia que surgiu após esse encontro, aquela terá sido uma reunião muito “tensa” – isto, de acordo com fontes árabes ligadas ao processo negocial que dizem que só naquela reunião com Witkoff foi possível colocar maior pressão sobre Netanyahu do que Joe Biden algum dia conseguiu, ao longo do último ano. A poucos dias da tomada de posse de Donald Trump como Presidente dos EUA, marcada para a próxima semana (dia 20), há sinais cada vez mais insistentes de que um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza estará iminente. Porém, os bombardeamentos continuam e Israel acusou nesta quarta-feira o Hamas de estar a “mentir”, inviabilizando que o cessar-fogo e a troca de reféns possa avançar.Mas nesta quarta-feira a imprensa israelita noticiou que o Hamas em Gaza terá dado “luz verde” aos termos do acordo proposto. Porém, Telavive garante que não recebeu ainda qualquer resposta. Eis um resumo daquilo que está em cima da mesa nesta negociação.Em que ponto está a negociação entre Israel e o Hamas?O Hamas já deu “luz verde” a uma primeira versão de projeto de acordo de cessar-fogo, que envolve também a libertação de dezenas de reféns israelitas. Mas os últimos detalhes estavam ainda, nesta terça-feira, a ser finalizados. Caso o acordo seja aprovado, ainda precisa de ser discutido pelo conselho de ministros de Israel antes de haver uma decisão final – e pelo menos dois ministros (de partidos mais extremistas que suportam a coligação de Netanyahu) já disseram que estão contra essa assinatura porque consideram que seria uma “rendição” ao Hamas. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar (país mediador), Majed al-Ansari, disse na terça-feira que “estamos o mais próximo possível, em comparação com qualquer outro momento anterior, de chegar a um cessar-fogo”. “As conversações que estão a decorrer agora são sobre os pormenores finais para se chegar a um acordo”, explicou o responsável, alertando porém que “obviamente, até que haja um anúncio, não haverá anúncio.”Nesta quarta-feira a imprensa israelita noticiou que o Hamas em Gaza terá concordado com a versão definitiva do acordo proposto, mas Telavive garante que não recebeu ainda qualquer resposta.Cessar-fogo e troca de reféns e prisioneiros. O que está em cima da mesa?De acordo com a tal primeira versão do projeto de acordo, que foi noticiada pela Associated Press, eis os termos que estão em cima da mesa: Na primeira fase (de 42 dias) serão gradualmente libertados 33 reféns – sobretudo mulheres, crianças e idosos. Ainda neste período, as tropas de Israel terão de se retirar das regiões de Gaza com mais pessoas, permitindo ainda um “aumento” da ajuda humanitária. As negociações para a segunda fase serão depois iniciadas depois desse período. A segunda fase incluiria a libertação de militares israelitas, reservistas, em troca de mais presos palestinianos. Por último, numa terceira fase, os corpos dos reféns mortos em Gaza desde que foram raptados em outubro de 2023 seriam devolvidos. Além disto, seria ainda elaborado um plano de reconstrução e uma nova estrutura de governação na Faixa de Gaza, um processo que pode demorar ano
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