Oleksandra Matviichuk, advogada de direitos humanos e ganhadora do Prémio Nobel da Paz, denuncia a dominação da Rússia na Ucrânia e lança um apelo aos países democráticos para quebrar o círculo de impunidade. Matviichuk, diretora do Centro para as Liberdades Civis, documenta crimes de guerra cometidos pela Rússia através do 'Tribunal para Putin'.
“Os ditadores só respeitam a força e atacam a fraqueza, Putin só vai parar quando for parado”: Oleksandra Matviichuk, Nobel da Paz ucranianaOleksandra Matviichuk é advogada de direitos humanos e há décadas que documenta crimes de guerra levados a cabo pelas tropas russas na Ucrânia. Depois de fevereiro de 2022, a quantidade de crimes tornou-se tão grande que fundou o “Tribunal para Putin”.
Desde o início da agressão militar russa em larga escala, em fevereiro de 2022, mais de 80.000 episódios de crimes de guerra foram documentados pelo “Tribunal para Putin”, uma iniciativa criada por Oleksandra Matviichuk e outros parceiros para relatar as atrocidades cometidas pela Rússia na Ucrânia.
Há dois anos, Oleksandra Matviichuk e a sua associação foram galardoadas com o Nobel da Paz. “Há muitos anos que promovem o direito de criticar o poder e de proteger os direitos fundamentais dos cidadãos. Fizeram um esforço notável para documentar os crimes de guerra, as violações dos direitos humanos e o abuso de poder. Demonstram a importância da sociedade civil para a paz e a democracia”, justificou, na altura, a academia sueca.
Em entrevista ao Expresso à margem da 9.ª edição das Conferências do Estoril, na faculdade Nova SBE, em Carcavelos, Lisboa, explica que o Nobel não foi “a maior mudança da sua vida”: “Foi a guerra em grande escala, porque arruinou tudo aquilo a que chamamos vida normal”. Entre condenações a Moscovo e apelos ao Ocidente, Matviichuk lembrou que “as tropas russas cometeram crimes horríveis noutros países do mundo e nunca foram punidas”.
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