Sem liderança local, o setor humanitário não consegue oferecer soluções eficazes e sustentáveis. Muitos compreendem este princípio, mas o desenvolvimento liderado a nível local ainda é limitado.
Não foi apenas Angelina Jolie que, após 20 anos como embaixadora da ONU, sentiu a necessidade de “trabalhar de forma diferente”, interagindo diretamente com organizações locais. Este exemplo reflete uma tendência no setor humanitário e de desenvolvimento global, onde a necessidade de localização – ou seja, transferir poder e responsabilidades para as comunidades locais – tem sido amplamente debatida.
A Comissão Europeia define a abordagem de localização como o empoderamento de responsáveis locais para liderar e desenvolver resposta humanitária, fortalecendo a capacidade e os recursos das organizações locais para promover a sustentabilidade a longo prazo. No entanto, muitas vezes falta-lhes acesso a financiamento e influência nos processos de tomada de decisão.
No caso da Ucrânia, de acordo com um relatório da Organização Refugees International, enquanto a sociedade civil ucraniana liderou uma resposta humanitária impressionante após a invasão russa em 2022, a maior parte do financiamento internacional – mais de 12 biliões de dólares – foi direcionada para as Nações Unidas e ONGIs, em vez de diretamente para as organizações locais.
A localização defende a transferência de poder para as organizações locais, mas isso não elimina a importância das ONGIs, que continuam a ser essenciais, embora com funções ajustadas. Concretizando, para que a ajuda humanitária seja eficaz, é essencial um alinhamento de prioridades entre as realidades locais e as sedes internacionais.
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