Tudo mudou a partir do momento em que a minha mulher teve um AVC. Era marido e pai, passei a ser cuidador a tempo inteiro. Tive de tomar decisões, gerir a vida dos nossos filhos e enfrentar o medo.
Até ao dia 26 de junho de 2011, data que – estranha coincidência – marcou o nosso 12º aniversário de casamento, eu e a Diana éramos um casal com uma vida profissionalmente ativa, já tínhamos dois filhos e o nosso dia a dia era bastante agitado. Contribuíamos para as estatísticas nacionais como mais um casal jovem, saudável e a pagar impostos.
Contactei o 112, sem sucesso, pois do outro lado da linha não acreditaram que a Diana – na altura com 34 anos – estaria a sofrer um Acidente Vascular Cerebral . Sem demoras, optei por contactar os bombeiros da nossa área de residência. Chegados à triagem no Hospital Amadora-Sintra, após um “suposto ataque de ansiedade” identificado pelos bombeiros – que, mais tarde, admitiram o erro – seguiram-se mais duas convulsões que se assemelhavam a ataques de epilepsia.
As incertezas do momento carregavam pensamentos sobre o presente e o futuro. Os nossos projetos tinham ficado em suspenso e só a evolução do estado de saúde da Diana seria verdadeiramente relevante para conseguir definir o que fazer em seguida. A Diana permaneceu internada na Unidade Cerebrovascular do Hospital de São José durante dez dias. Estive sempre ao seu lado. Acreditava que toda a energia positiva que conseguisse transmitir-lhe contribuiria para a sua recuperação. A equipa médica concordava com essa atitude e defendia que os resultados positivos eram evidentes e que o apoio da família seria essencial também nas etapas seguintes.
Após a fase crítica, quando a vida de Diana já não estava em perigo iminente, embora ainda estivesse muito debilitada, era preciso ultrapassar uma nova etapa. Regressou ao Hospital Amadora-Sintra e o objetivo agora era iniciar a reabilitação o mais rapidamente possível. A Diana necessitava de recuperar a nível físico e motor, mas também a nível psicológico.
Muito mudou na nossa vida desde o dia em que a Diana teve um AVC. Tudo foi adaptado e reorganizado, a minha vida profissional foi ajustada, passámos pela forte exigência a nível financeiro e na organização da vida escolar e social dos nossos filhos. Para trás, ficam as memórias de todo este duro processo, que acabou por tornar a Diana numa verdadeira ativista pelas melhores condições de outros doentes.
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