Ghassan Abu Sitta Foto: MOHAMMED ABED/AFP via Getty Imagesé um especialista em cirurgia plástica palestiniano, de 54 anos, que mora em Londres, no Reino Unido, e que se voluntariou para trabalhar naquando os ataques de Israel se intensificaram. Chegou à cidade de Gaza no dia 9 de outubro através dos Médicos Sem Fronteiras e lá ficou durante 43 dias. Cuidou dos feridos nos hospitais de Al-Shifa e Al-Ahli e diz-se assombrado pelo que assistiu naqueles dias.
“Sabem quando estão no mar e ficam submersos por uma onda e, numa fração de segundo, tentam colocar a cabeça fora de água mas não conseguem? Foi isso que senti. Estamos numa cirurgia, achamos que fizemos um bom trabalho, conseguimos atender 12 pacientes, mas na última meia hora aconteceu um ataque aéreo que trouxe 70 ou 80 feridos e acabas por sentir que fizeste muito pouco”, exemplifica.
“Havia um menino de 3 anos e ninguém sabia o nome dele. Amputei-lhe uma perna e um braço. No dia seguinte, quando o fui visitar, a mulher que tinha o filho ferido na cama ao lado da dele estava com ele ao colo, a alimentá-lo. Ela estava a cuidar dele porque ele não tinha família. Nem sequer sabíamos qual o nome dele”, destaca Abu Sitta, que fala ainda num “retorno ao sentido de vida comunitária” em tempos de guerra. “Tudo passa a ser partilhado.
De volta ao Reino Unido, onde mora, admite que tem dificuldade em deixar de pensar no que viveu. “Há dias em que acho que ainda devia estar lá. Fico muitas vezes a perguntar-me se deveria ter ido embora”, admite. Contudo, as notícias que vão surgindo fazem Abu Sitta acreditar que pouco poderia fazer para ajudar os feridos que continuam a surgir devido aos ataques contínuos.
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