Até março de 2013, a vida de Paula era “uma louca correria para o abismo”. É ela mesma quem o admite. Até que um AVC (seguido de outro) a fez parar. Recuperou o essencial: autonomia e liberdade.
A 25 de março de 2013, um AVC mudaria por completo a vida agitada de Paula Bastos, professora na Escola Secundária Adolfo Portela, em Águeda, distrito de Aveiro. Os dias em que permaneceu internada, os meses em que se submeteu à reabilitação, os anos que já leva desta “segunda oportunidade” não apagam as marcas daquele instante, em plenas férias da Páscoa. Mas revelaram-lhe muito, sobre as pessoas. Sobre a vida, afinal.
“Agilizei toda a parte mais prática, ver o que fazer, para onde ir, como ir”, conta Niassa. “Depois de tudo o que aconteceu, eu sou mais a voz da consciência, aquela que ralha e se zanga, que a faz parar e pensar. Sou a peste”, admite. Porque, quando Paula começou a melhorar, “queria rapidamente voltar à vida que tinha antes”. “E eu tinha que lhe dizer que isso não ia acontecer. Fazê-la ligar à terra.
Ele tinha a chave de casa de Paula, iam de férias juntos. João estava por dentro de pormenores da vida dela — que nem a própria família conhecia. Tinha consciência “de que ela vivia em excesso de trabalho e com falta de descanso”. Quando recebeu o telefonema de Niassa, a avisar do sucedido, não sabia como aquele momento viria a ser tão impactante na sua própria vida.
Quebraram-se amarras com um passado que não voltaria. João acredita que, afinal, a amiga encontrou um caminho para ser feliz: “Andar mais devagar, ser mais sensível, mais emocional do que algum dia fora.”O pragmatismo dos números não foi bastante para que o contabilista Carlos Alberto mantivesse a frieza, quando soube que a irmã mais nova sofrera um AVC.
Bruno acredita que “houve duas Paulas, depois do AVC: a primeira era a pessoa que ainda não tinha aceitado a situação, e depois esta, que já não é revoltada, e com quem é mais fácil lidar”. Fala dela com toda a admiração, sobretudo do envolvimento na sociedade civil, nomeadamente no“O caso da Paula foi complexo, pelas múltiplas sequelas”
Identifica-se como psicoterapeuta, apesar de ser psicólogo clínico. Porque prefere “deixar para a psicologia uma área de intervenção mais vasta, e circunscrevendo a psicoterapia à mudança humana”. Foi essa a intervenção que lhe coube, no caso de Paula. “Era uma mulher muito interessante, fascinante até, muito envolvida na sua profissão, que gostava de poesia e dinamizava um grupo de teatro.
Estava já a tomar café, depois do suplemento vitamínico que lhe dava “energia para manter o ritmo alucinante em que vivia”, quando o seu lado esquerdo ficou subitamente “tão dormente que parecia não ser meu”. E essa sensação de estranheza levou-a a pensar na possibilidade de estar a ter um AVC. “Pensei em ligar ao 112, mas temi não ser capaz de responder às questões que me fizessem. Ligou à irmã.
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