Vivemos numa sociedade que não encara o processo da gravidez de forma realista. Por um lado precisamos que nasçam bebés, contudo continuamos a considerar a gravidez um entrave para as empresas e a penalizar as mulheres. Ao mesmo tempo, num registo de bipolaridade cultural, apregoamos que “gravidez não é doença”, menosprezando o peso da sobrecarga biológica da gestação. O resultado é um país cheio de grávidas exaustas, com medo das consequências e sem espaço para porem o seu bem-estar e o do feto como prioridade. Porque insistimos nesta errada equação e não na proteção da maternidade?
Muito se tem feito em termos de políticas públicas no que toca à parentalidade nos últimos anos. Sim, há mais proteções legais às grávidas e maior noção quanto à necessidade de cuidados e presença constante, tanto de mães como de pais, nos primeiros tempos de vida da criança. Mas não chega. E não chega porque continuamos a ter um grave problema de mentalidades quando chega a altura de falarmos sobre gravidez.
Ora bem, alguém devia dizer à grávidas que o tal momento mais feliz das suas vidas se traduz também em efeitos secundários, chamemos-lhes assim, como por exemplo um sono e nível de cansaço físico como nunca tiveram na vida. Aquele tipo de sono que nos leva a ir ao wc do emprego para fechar os olhos durante dez minutos porque não aguentamos mais - mas não há espaço para dizermos a ninguém que precisamos de parar.
A isto junta-se todo o clima de penalização, principalmente a profissional, de quem decide ter filhos, decisão essa que acontece cada vez mais tarde.
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