Quebrar o ciclo da violência doméstica. 'Estava grávida e fui à GNR para me tirar de casa'

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“A violência doméstica é uma violência de género, estrutural e enraizada”, denuncia investigadora. Vítima faz apelo: "não retirem a queixa, nunca desistam". Os números estabilizaram em Portugal, mas continuam em alta.

“A violência doméstica é uma violência de género, estrutural e enraizada”, denuncia investigadora. Vítima faz apelo:"não retirem a queixa, nunca desistam". Os números estabilizaram em Portugal, mas continuam em alta. Desde o início deste ano, houve 17 homicídios por violência doméstica: 15 mulheres, uma criança e um homem. Onde estamos a falhar?O amor deu lugar a um sentimento sombrio e doentio.

No auditório do Centro de Interpretação da Serra da Estrela , em setembro, vários intervenientes debateram políticas de prevenção e combate locais, no âmbito da problemática da violência doméstica. Seia é o concelho da Guarda com mais denúncias. Em 2022, e segundo a GNR, foram registados 91 casos e no primeiro semestre deste ano quase meia centena.

“É maior o perigo de uma mulher ser agredida ou assassinada em sua própria casa, num espaço que devia ser de segurança, do que na rua”, considera Elza Pais, relembrando que “a violência doméstica é uma violência de género, estrutural e enraizada”. Isilda, depois de ter sofrido agressões na presença das duas filhas mais velhas, ao fim de oito anos, decidiu voltar à relação, deu uma segunda oportunidade."Foi o desabar da minha vida outra vez", classifica."Não retirem a queixa. Eles podem ter uma pena pequena, mas nunca desistam. Eles vão fazer de tudo, como o pai dos meus filhos fez, prometeu-me mundos e fundos”, relembra.

“Por um lado, não queria ir, porque ia para longe, mas saímos de casa no dia 26 de janeiro de 2012 e no dia 6 de fevereiro desse ano, fomos para uma casa-abrigo, onde estive cinco meses. Ir para uma casa-abrigo foi difícil, na zona do Porto, com quatro filhos, e mesmo quando regressámos não foi fácil, mas aprendi muito numa casa-abrigo, e vemos muita coisa. Foram pessoas que acarinharam as minhas filhas.

Ainda assim, Sandra Ribeiro destaca um problema: “Neste momento temos praticamente 95% do território português coberto. Mas quem é que lá está? Estas mulheres e estas crianças quando vão sair e como vão sair? Estas mulheres ficam muito mais tempo do que era suposto. É preciso um trabalho forte com as autarquias locais, porque somos muito rápidos a resolver um problema, mas depois não conseguimos arranjar-lhes um emprego ou uma casa".

“Quando olhamos para os números, evoluímos muito, em dar confiança às vítimas, conseguimos aumentar a noção e perceção do que é ou não é violência doméstica. Muitas pessoas achavam que serem agredidas fazia parte dos relacionamentos. Temos um aumento tão grande de denúncias, que não está a aumentar o fenómeno, mas a perceção para reconhecerem e ganharem força para apresentarem queixa.

Os últimos 20 anos fazem muita diferença, na perspetiva da presidente da CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género. A CIG, com o apoio da sua área governativa , preparou uma campanha pública, de âmbito nacional, de prevenção e combate à violência doméstica. “Não Há Desculpas para a Violência Doméstica”.

“Muitas vezes a prova restringe-se às declarações, mas, por exemplo, se a vítima não quiser ser sujeita a uma perícia médica, acabamos por ficar limitados e não ter provas suficientes. No ano de 2021, 77% dos processos foram arquivados, e destes 77%, 81% deveu-se ao facto de não existir prova.

A militar da GNR destaca ainda que quando o crime acontece dentro de quatro paredes, é difícil o órgão criminal estar presente, mas o que acontece"é que quando é acionada a GNR, ainda presencia ameaças, ou o agressor encontra-se relutante à ação do militar”, lamenta. Andreia Lopes revela que as secções de policiamento comunitário têm apostado na sensibilização para a realidade da violência doméstica, sobretudo em âmbito escolar, e junto das pessoas mais vulneráveis, como os idosos.

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