O homem de 32 anos convenceu a filha que o barulho das bombas é igual ao do fogo-de-artifício. E como tal devia rir quando ouvisse o estrondo. Salwa, três anos, seguiu o conselho do pai e as imagens estão a correr mundo.
Os ataques aéreos levaram Mohammad e a família para longe da sua cidade natal, Saraqib, no noroeste da Síria, forçando-o a morar na casa de um amigo, com a sua mulher e filha, em Sarmada.
O homem de 32 anos disse que esperava o regresso da normalidade e uma educação adequada para a sua filha num futuro próximo. Apoiadas por fortes ataques aéreos russos e auxiliadas por milícias pró-iranianas, as forças do governo intensificaram, desde o início do ano, a campanha para recuperar Aleppo e partes da província vizinha de Idlib, no extremo noroeste da Síria, onde os insurgentes anti-Assad mantêm as últimas fortalezas.
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu a criação de corredores humanitários no noroeste da Síria, expressando horror com a ofensiva do regime que é apoiada pela Rússia. A deslocação em massa de civis causada por esta ofensiva está a provocar temores de uma catástrofe humanitária. Cerca de 900 mil pessoas foram expulsas das casas e abrigos em menos de três meses. A onda de deslocados é a maior desde o início da guerra civil, há quase nove anos, e o maior êxodo de civis desde a II Guerra Mundial.
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