Sustentável. Ecológico. Responsável. Esta é a nova área temática do Expresso, onde discutimos um país económica, social e ambientalmente mais sustentável: Expresso | SER
O estado do Serviço Nacional de Saúde é analisado neste artigo por António Sarmento, chefe do serviço de infecciologia do Centro Hospitalar Universitário de São João e professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto. António Sarmento trabalha desde 1979 no Serviço Nacional de SaúdeO SNS foi concebido há mais 50 anos, começando a ser implementado cerca de dois anos depois.
Por tudo isso, apresentarei várias perguntas cuja resposta muita gente gostaria de ter, pois tem o direito de saber o que se está a passar no SNS. Nos primeiros anos em que o motor foi desligado, o andamento deste comboio que é o SNS manteve-se graças ao capital humano e de equipamento acumulado, a que em tempos passados se chamou “gorduras”. Mas a sua velocidade foi diminuindo paulatinamente, sem que as pessoas se apercebessem de imediato do que se estava a passar.
Ou seja, cada cidadão pagou com as suas economias 29% dos custos dos seus cuidados de saúde, para além daquilo que já pagou através dos seus impostos.m 2015 cerca de 11% dos agregados familiares tiveram de gastar mais de 40% do seu rendimento em assistência médica”.
Será que se esse dinheiro tivesse sido investido há uns anos no Serviço Público, atualizando-o em termos de inovação e de recursos humanos, não teria sido o caminho certo?Porque é que o SNS nunca se preparou para poder vir a ter de concorrer com o sector privado, nomeadamente simplificando-se e desburocratizando-se?
Coloco uma questão que é de resposta simples mas que é fundamental e que penso que deverá ser respondida pelo senhor primeiro-ministro. Os médicos sentem-se desiludidos e frustrados por verem ameaçadas as motivações que os levaram a escolher a Medicina como a sua forma de realização humana. Os decisores conceberam um sistema de avaliação da competência dos médicos assente no seu cumprimento de várias métricas sem qualquer base na evidência e cujo objetivo único era registo de faturação e aumento do lucro da instituição, mas não a melhoria dos cuidados clínicos aos doentes.
Será que ainda restarão horas semanais suficientes para tratar doentes internados, muitas vezes gravemente doentes, para fazer consulta externa, hospital de dia ou cirurgias? Têm sido publicitadas as propostas de vencimento no topo da carreira. Chamo a atenção para o facto de que muito poucos médicos - e só em idade mais avançada - o alcançam. A abertura de vagas é feita pelo Ministério da Saúde, e em princípio cada serviço tem uma ou duas vagas de chefe de serviço, agora designados Assistentes Graduados Sénior. No hospital de S.
Uma senhora idosa, com um seguro de saúde, foi internada num hospital privado em cuidados intensivos, por uma pneumonia. Aquando do internamento foi pedida ao familiar direto, apesar do seguro, uma caução de 23 mil euros. Para o ter à disposição, já é preciso ser-se muito rico!
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