Depois do grande sucesso de Cai a Noite em Caracas, a escritora venezuelana volta a ser publicada em Portugal, desta vez com O Terceiro País. De visita a Lisboa, Karina Sainz Borgo conversou com o DN sobre uma supermulher chamada Visitación Salazar, personagem de ficção que com outro nome existe na realidade e é colombiana, mas também da crise política e económica dessa Venezuela de onde saiu em 2006 para se fixar em Espanha.
Para mim, o mais impressionante neste livro é a violência que relata e que não é só a violência entre as pessoas, mas também se destaca a supermulher que é Visitación. Uma vez que é uma personagem inspirada numa pessoa real, essa Visitación que conheceu era mesmo uma supermulher, como é descrita?
Exatamente. Na Venezuela dos anos 1970, 1980, quando o barril de petróleo estava muito alto, compensava a muitas pessoas da Colômbia irem trabalhar para a Venezuela e mandarem dinheiro para casa.Sim, claro. A memória que fica, não diria que é a de um país idílico, mas não era tão pobre. Quando partiu a situação social não era tão degradada como agora, por exemplo, esta emigração para a Colômbia não existia, era mais a elite que estava a emigrar?
Há várias diferenças. Uma delas é que Hugo Chávez, sendo militar, nunca reprimiu tão brutalmente a população civil usando forças militares e forças do Estado como faz Maduro que é um civil. Há uma ONG que está há muitos anos na Venezuela e eles contaram-me que na altura em que Maduro era líder sindical indicaram o escritório dele para denunciar abusos policiais.
Voltando a este romance, o seu segundo, essa violência dos homens contra os homens, dos homens contra as mulheres, mesmo das crianças contra os animais - o episódio da iguana impressiona - , é algo que é próprio da Colômbia, da Venezuela, da América Latina em geral, ou tem que ver com a pobreza e com a degradação da vida das pessoas?
O problema é que nos últimos 20 ou 25 anos exacerbou-se uma forma de violência sem qualquer tipo de humanidade. Pode-se matar alguém a tiro só para lhe tirar alguma coisa. A violência tornou-se exagerada, desumanizada.
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