Trabalhadores desempregados no primeiro trimestre de 2019 estavam, em média, há mais de dois anos à procura de emprego. Em 2018, o tempo de espera era de 28 meses.
Fátima, nome fictício a pedido da própria, tem 45 anos, o 9º ano ano de escolaridade incompleto e há dois anos e meio que não tem trabalho. Trabalhava como operadora numa fábrica de calçado em Guimarães, mas em dezembro de 2016 o desemprego bateu-lhe à porta e entrou para ficar. Nos últimos anos tem tentado encontrar trabalho noutras áreas, sem sucesso.
Portugal tem 107,1 mil “Fátimas”. Esse era o número de trabalhadores no país, no primeiro trimestre deste ano, que procuravam trabalho há mais de dois anos. Sem sucesso. São os chamados desempregados de muito longa duração e centram as preocupações dos especialistas sobre o mercado de trabalho. Se alargarmos o universo a todos os desempregados há mais de um ano , chegamos a 165,5 mil pessoas.
Este é um dos grandes problemas da economia portuguesa, alerta Anabela Carneiro, professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto: apesar de a taxa de desemprego de longa duração ter vindo a baixar “a proporção de desempregados há mais de 12 meses no total do desemprego é muito elevada”.
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