Uma nova lei de bases da saúde para quê?
Tendo o essencial ficado por discutir, temo que se mantenha a rampa estendida para a continuidade da privatização da saúde.A classe política tem passado tempo demais em jogo de cintura político no debate da nova lei de bases da saúde! Os passos que se deram somam pouco, infelizmente, pois não tocam no essencial, a situação em que estamos na saúde/sector públicoUma dúvida, no entanto, me atravessa a mente.
, ou seja, foi-lhes dado a garantia de estar em plano de igualdade no “mercado”. Assim, ganhará posição quem dispuser de mais e melhores meios para conquistar o “mercado da saúde”. Alguns números acerca do sector privado. Em 2017, o número de hospitais privados já era superior aos públicos. Num total de 225 hospitais existentes no país, 114 eram privados. Havia quatro grupos privados de alguma dimensão e em forte expansão: CUF Saúde – o maior –, Luz Saúde, Lusíadas Saúde e Trofa Saúde.
No referido estudo diz-se ainda que “as actividades em ambulatório eram o segmento mais relevante no conjunto das empresas privadas prestadoras de cuidados de saúde” e que, em todo o sector privado, predominam as microempresas, representando 96% do total. O Estado financia mais de 50% dos gastos dos hospitais privados, contribuindo a ADSE com cerca de 20% para a despesa corrente desses mesmos hospitais. Daí não se ter percebido bem “a guerra” recente dos maiores grupos privados com a ADSE, só porque esta queria a definição de regras mais precisas.
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