A Rússia perdeu a alma Vestígios de Azul, a crónica de José Brisos-Lino
A verdadeira alma do povo russo é interpretada por outras figuras, em especial nas artes e na cultura, reconhecidas e admiradas em todo o mundo. É o caso de Leon Tolstoi , autor de “Guerra e Paz”, ou “Anna Karenina”, e que inspirou correntes filosóficas através da crítica ao patriotismo, às desigualdades sociais e à Igreja.
E não nos esqueçamos de Piotr Tchaikovsky, compositor de “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra-Nozes”, as maiores obras-primas do ballet clássico, de Olga Khokhlova, a influente bailarina que casou com Pablo Picasso, ou de Mstisláv Rostropóvitch, o maior violoncelista do século XX, aluno de Shostakovich e Prokofiev, e forçado ao exílio em 1970 por defender Alexander Solzhenitsyn.
Daí Maiakovski ter escrito: “Não é difícil morrer nesta vida. Viver é muito mais difícil.” Talvez por isso o povo russo se tenha sempre sujeitado à ditadura, primeiros dos czares, depois a soviética e agora a putinista. Mas também consolidou a filosofia da alma russa em momentos de ruptura como a resistência a Napoleão na Campanha da Rússia, a Revolução Russa e a luta conta o nazismo.
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