Cultura - Zeca di Nha Reinalda levou o ritmo de Santiago às ilhas de Cabo Verde
Zeca di Nha Reinalda, um 'Homem Grande' na música cabo-verdiana, dono de uma voz ímpar e forte impulsionador do funaná, do qual é rei e senhor. Foi com a entrada no grupo Bulimundo que a sua música ganhou uma grande projeção. Depois da independência de Cabo Verde, o funaná e o batuque, estilos musicais reprimidos durante o regime colonial português, ganharam liberdade para serem tocados e ouvidos para lá da Ilha de Santiago.
A entrada de Zeca di Nha Reinalda nos Bulimundo deu-se numa altura em que havia rumores de que Katchas, músico que viria a influenciar o 'funaná moderno' com a sua guitarra elétrica, iria regressar a França."Nessa altura tinha uma pequena quantia, devido ao falecimento do meu pai, em França. E disse à minha mãe que ia comprar o equipamento dos Bulimundo ao Katchas. Convidei-o para um almoço em minha casa.
Mais tarde, Zeca, juntamente com o seu irmão, Zezé di Nha Reinalda, formou os Finaçon. Um grupo que teve muito êxito em território francês."O grupo Finaçon era um grande grupo. Tínhamos bons elementos. Um grande baixista, que era o Paló, o Quim Alves nas teclas, o Dick, o Nelson, e o meu irmão Zezé... éramos cantores. Mas nem tudo na vida corre como planeamos.
Com muitos discos gravados, Zeca di Nha Reinalda continua o seu percurso na música e nos palcos. Neste mês de outubro, dia 7, esteve no BLeza para mais um concerto, e foi durante o check sound que falou ao CM. Temas como 'Bem di Fora', 'É Duedu', 'Tó Martins', 'Sema Lopi', 'Fomi 47', fazem parte do seu repertório, que contém muitos temas da sua autoria.