As altas temperaturas provocadas pelas alterações climáticas nas regiões produtoras de cacau, a Costa do Marfim e o Gana, estão a causar uma subida significativa nos preços do cacau. As más colheitas, causadas pelas condições climáticas extremas, estão a contribuir para a alta dos preços, que atingiram um pico recorde em 2024.
As alterações climáticas têm causado um aumento significativo nas temperaturas nas regiões produtoras de cacau, a Costa do Marfim e o Gana , levando a uma subida drástica nos preços do cacau. De acordo com uma investigação do Climate Central, uma ONG, em 2024, as temperaturas excederam os 32 graus Celsius durante mais de seis semanas em 71% das explorações estudadas.
Esta temperatura considerada ótima para o crescimento do cacau, perturba a fotossíntese e aumenta o stress hídrico das plantas, resultando em perturbações na produção. As temperaturas superiores a 32°C são cada vez mais frequentes nesta região da África Ocidental, que representa 70% da produção mundial de cacau, especialmente durante a época de crescimento principal que se estende de outubro a março. As más colheitas causadas pelas altas temperaturas contribuíram para um aumento nos preços do cacau, atingindo um pico de mais de 12.500 dólares por tonelada em Nova Iorque a 18 de dezembro de 2024. Essa alta é bastante significativa, pois antes de 2023 os preços se mantiveram em torno de 2 a 3 mil dólares por tonelada durante mais de uma década. Além do calor, as alterações climáticas também estão associadas a precipitações anormais e a um aumento nas pragas, o que, juntamente com as temperaturas elevadas, compromete a produção de cacau e impulsiona o aumento dos preços.Os investigadores do Climate Central concluem que sem o aquecimento atribuído aos gases com efeito estufa emitidos pelo homem, o número de dias com temperaturas extremas para os cacaueiros da Costa do Marfim, por exemplo, teria sido metade. A Costa do Marfim, em julho de 2024, recebeu 40% mais chuva do que o normal, inundando os campos numa altura em que os grãos deviam estar a secar. Por outro lado, em dezembro, choveu pouco ou nada, apesar da chuva ser essencial para o início da colheita. A situação demonstra a fragilidade do sistema produtivo de cacau em face das alterações climáticas e a necessidade de medidas para mitigar os seus impactos
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