Costureiro Tony Miranda: “Com o salário mínimo não se compete em lado nenhum”
Diz que não quer saber da reforma. Aos 74 anos, o costureiro Tony Miranda está a lançar uma nova coleção a que deu o nome “Recomeçar” e onde têm uma linha “couture”, com preços mais acessíveis. Depois da pandemia o ter feito travar a fundo, o designer de alta-costura quer agora chegar a outros clientes.
Era a moda! Vi uma coleção do Christian Dior na televisão. Foi na primeira vez que vi televisão, porque não havia nessa época. Só aquelas pessoas com grandes meios é que tinham televisão. Depois fiquei tão entusiasmado que a partir desse dia, não descansei sem ir para Paris. Nessa altura, era bastante complicado, mas com muita força e querer consegui ir para Paris e aí começa toda a história da minha vida na moda.
O corte é que é mais importante. Podes fazer num papel um desenho muito giro, muito lindo. Mas se não interpretares o que é esse desenho, no fim pode não se parecer em nada aquilo que desenhaste. Acho que a parte mais importante é o corte, é saber cortar, saber fazer a modelagem. Quando faço uma tela, estou a ver o vestido feito.
Esses grandes costureiros como o Givenchy, ou o Saint Laurent, Pierre Cardin e todos eles, começaram a aprender sentados no banco a coser. E são esses que ficaram e que vão ficar! Mesmo a nova geração, ainda funcionam porque ainda têm o que se chama"première main", que é a costureira principal. Ela é que sabe e que dá alma à casa.
Estamos aqui na Avenida da Liberdade na sua loja e atelier. Tem muitos clientes que não são portugueses?Porque é que os portugueses não são sensíveis à alta-costura? Acho que nós temos um país com muitas capacidades no têxtil, mesmo no têxtil lar. Trabalhamos para muitas marcas em Portugal. Somos muito conhecidos lá fora. Também temos aqui uma boa confeção, porque as maiores marcas que existem, tanto a Armani e outros, são feitas cá em Portugal. Nós temos uma mão de obra fantástica.
Falou da questão da matéria-prima. Essa é uma das suas principais preocupações? Ela é produzida em Portugal? A partir do momento em que a mão de obra não justifique, eles vão procurar outros países onde a mão de obra é mais barata. Claro que também não podemos dizer assim:"não vamos continuar com salários baixos”, não. Quem dera que se pudessem aumentar os salários, muito mais. Agora temos que ver se realmente o país está preparado para isso.
Eu acho que é uma questão de formação, uma questão de informar bem as pessoas daquilo que é a realidade, e dizer a verdade. Não andarmos cá a esconder e dizer que vão dar, na época das eleições e depois mais tarde, não conseguem dar aquilo que prometem. Está a lançar uma coleção. Apresentou este desfile"Recomeçar - Liberdade e Paz". Nestas três palavras está também muito daquilo que Tony Miranda quer nesta fase da sua vida criativa?
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