E se a TAP não levantar voo?
Nenhum debate sério sobre a TAP pode partir de um tabuleiro inclinado para um dos lados, prejudicado por duas premissas que envolvem um extraordinário sacrifício financeiro para o Estado, sem garantia de retorno ou sucesso.
Porque estamos em Portugal, a circunstância de se tratar de um “empréstimo” não augura nada de bom, como a história recente tem demonstrado. O Estado é, de facto, um péssimo devedor, mas, em contrapartida, tem-se vindo a revelar, pelo menos da perspectiva de quem recebe dinheiros públicos, um excelente credor, cumprindo com desmesurado zelo as obrigações contratuais que assume com privados, principalmente se forem bancos.
O que o estudo de opinião encomendado pela ACP vem demonstrar, contrariando a visão edílica da TAP e de alguns parlamentares e membros do Governo, é que a discussão em torno do auxílio à Transportadora está desde o primeiro minuto inquinada por um problema ideológico de base que se simplifica em duas premissas: 1) o Estado precisa de uma companhia aérea de bandeira e 2) a TAP não pode insolver.
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