O Governo socialista espanhol e a oposição conservadora lançaram planos ambiciosos para enfrentar a crise habitacional, com foco em aumentar a oferta de habitação acessível. Ambos os planos visam abrandar a subida dos preços, mas diferem em abordagem, com o Governo preferindo um modelo intervencionista e a oposição um modelo mais liberal.
O Governo socialista liderado por Pedro Sánchez defende um plano intervencionista no mercado imobiliário, enquanto a oposição , liderada pelo Partido Popular, prefere um modelo mais liberal. A escassez de oferta e a subida constante dos preços de compra e arrendamento, especialmente nas zonas turísticas, colocam a habitação no topo das preocupações dos cidadãos espanhóis.
O problema ganhou significado político, com jovens a dirigirem o seu voto para partidos de extrema-direita, como o Vox, devido à inação das forças políticas. A corrida para apresentar soluções ambiciosas acelerou-se com o acordo entre o PP e as Comunidades Autónomas onde governa, na implementação da “Declaração das Astúrias”, que inclui descontos no Imposto sobre Transmissões Onerosas de Imóveis para jovens, garantia pública para hipotecas, seguro subsidiado para proprietários de casas arrendadas e incentivos fiscais para construtores e promotores imobiliários. O plano do PP procura simplificar a legislação para acelerar o processo de construção e pede a revogação da Lei da Habitação aprovada pelo Governo em março de 2023. O Governo socialista, por sua vez, propôs a criação de uma Empresa Pública de Habitação com o objetivo de colocar no mercado 30 mil habitações já propriedade do Estado a preços acessíveis. O projeto socialista também prevê proteção perpétua da propriedade pública das casas construídas pelo Estado, incentivos fiscais aos proprietários de imóveis vazios, um Plano Estratégico financiado por fundos europeus para incentivar a construção modular e industrializada baseada em novas tecnologias e outro Plano de Reabilitação abrangente. O objetivo final é disponibilizar 1,5 milhões de habitações públicas aos cidadãos, elevando o parque habitacional público espanhol, atualmente de 2,5%, para um valor mais próximo dos 14% em França ou 34% nos Países Baixos
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