Ievgueni Prigojin volta a desafiar o Kremlin ao requerer que sejam investigados possíveis crimes por parte de altos funcionários do Governo. Shoigu e Guerasimov são os alvos da fúria do mercenário.
Transformado em crítico quase diário da forma como é conduzida a guerra na Ucrânia, o líder do grupo Wagner, Ievgueni Prigojin, lançou esta quarta-feira o que será, até agora, o seu maior desafio ao Governo russo ao pedir que sejam investigados possíveis crimes cometidos por altos funcionários do Ministério da Defesa.
“Enviei hoje cartas ao Comité de Investigação e ao Ministério Público da Federação Russa com um pedido para verificar o facto da prática de um crime durante a preparação e condução da Operação Militar Especial por uma série de altos funcionários do Ministério da Defesa”, disse Prigojin. Apesar de não mencionar nomes na sua declaração, os alvos da fúria do mercenário mais poderoso da Rússia serão o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, e o chefe do estado-maior do Exército russo, Valery Guerasimov.Shoigu e Guerasimov, chegando mesmo a acusá-los de traição. Quer o ministro quer o militar nunca responderam publicamente às críticas do líder do grupo Wagner.
As críticas do líder e fundador do exército privado que tem combatido ao lado da tropa regular da Rússia, principalmente na região de Bakhmut, aumentaram de tom nos últimos meses. No início de Maio, Prigojin causou furor ao anunciar, em mais de uma ocasião, a retirada das suas forças de Bakhmut, em protesto contra a falta de munições.
“Faltam-nos munições! 70%! Shoigu! Guerasimov! Onde estão a porra das munições?”, disse a dado momento, interpelando directamente o ministro e o mais alto responsável militar russo, a quem chamou, entre outras coisas, “cabrões”.
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