Opinião: Os rankings do nosso descontentamento
Muitos falaram da mudança irreversível na escola. E qual podia ser a pior forma de terminar este ano, travando mudança e descentrando do que interessa? Com os rankings.Escolas foram levadas ao limite, mas até fazem balanço positivo
Já não vale muito a pena repisar a sua inutilidade. Não mostram a qualidade das ofertas educativas, refletindo mais o contexto do que o mérito. Não mostram o trabalho efetivo das escolas em que lutar contra o abandono e a exclusão é um trabalho muito mais árduo e frutífero do que a conquista da centésima no exame, resumida à verificação de que a explicação extraescolar funcionou.
Mas vale a pena, em plena pandemia, dizer que estas listas não honram o trabalho feito nas escolas. As melhores escolas do país — não hesito em afirmá-lo — foram aquelas que, em bairros problemáticos, mantiveram todos os alunos ligados, foram aquelas em que a proteção contra a violência e negligência nunca falhou, foram aquelas em que a proximidade potenciou aprendizagem, foram aquelas em a comunidade no seu todo colaborou para o sucesso.
Sejamos objetivos: estes rankings, sacralizados pelos que entendem que os resultados escolares servem para alimentar estudos, nada dizem sobre o que foi considerado essencial nestes meses. Não aferem competências digitais, não revelam a promoção da autonomia no estudo, penalizam o trabalho diferenciado e inclusivo, anulam o trabalho das comunidades mais vulneráveis.
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